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As populações das aldeias Nacoba, no distrito de Quissanga, e Mandimba, no distrito de Nangade, vivem momentos de pânico devido à circulação de indivíduos estranhos que se acredita serem parte dos terroristas que ainda atacam algumas comunidades da província de Cabo Delgado.

 

Fontes contaram à "Carta" que, na tarde desta segunda-feira (10), um grupo de terroristas foi visto supostamente a dirigir-se à aldeia Nacoba, posto administrativo de Mahate, situação que obrigou a fuga da população.

 

"Aqui em Quissanga ouvimos que estão em Nacoba, não sabemos se entraram ou não, mas as pessoas fugiram quando ouviram que os terroristas estavam a caminho da aldeia", disse um residente de Tandanhangue em Quissanga-sede, no princípio da noite de ontem (segunda-feira).

 

Outra fonte revelou que, com o regresso da população à aldeia Nacoba, entrou em funcionamento um Centro de Saúde e "talvez os terroristas iam roubar medicamentos".

 

Presume-se que o grupo terrorista que circula nas aldeias do distrito de Quissanga (Nacoba nesta segunda-feira e Cagembe na semana passada), seja parte dos que ainda ocupam a região sul do posto administrativo de Mucojo no distrito de Macomia.

 

Em Quissanga, recorde-se, os serviços públicos essenciais, nomeadamente, Saúde e Educação ainda não retomaram e a maior parte dos Funcionários e Agentes do Estado se encontra ainda refugiada na cidade de Pemba. Já em Nangade, o medo também tomou conta da aldeia Mandimba, devido à circulação de um grupo de indivíduos que se suspeita serem terroristas.

 

"Foi visto um grupo de supostos terroristas na zona de Mandimba, até porque alguém deixou a sua mota e correu para alertar a população. As pessoas ficaram com medo e fugiram para a vila, mas já regressaram", disse Victor Tadeu.

 

Refira-se que, há dias, um grupo de terroristas que circulou naquela região foi abatido pela Força Local. (Carta)

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Maior número dos novos membros que se juntaram à Coligação Aliança Democrática (CAD) são da Renamo, sobretudo os que contestam a eleição de Ossufo Momade na condução do partido.

 

Do grupo dos “desertores” destacam-se o antigo edil de Nacala-Porto, Raul Novinte, o antigo chefe do posto administrativo central na cidade de Nampula, José Ali, (na altura da governação de Paulo Vahanle, que também perdeu a corrida às internas para Abiba Aba, ao cargo de candidato a governador), antigos vereadores entre outras figuras.

 

“Nós estamos preocupados com mudanças e o desenvolvimento do país, mas parece que a actual liderança da Renamo não está preocupada com isso, por isso estamos onde se pode lutar para o desenvolvimento e bem-estar do povo”, disse José Ali.

 

Da parte do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), até semana passada, contabilizavam-se pouco mais de 130 membros que tinham abandonado o partido liderado por Lutero Simango, irmão do então fundador, Daviz Simango.

 

O anúncio foi feito por Luísa Marroviça, que já desempenhou as funções de chefe de mobilização na delegação política do MDM na cidade de Nampula, de membro da Assembleia Municipal e de membro do Conselho Nacional daquela formação política. Com ela juntam-se à CAD algumas figuras como Tito Lourenço, antigo delegado político da cidade de Nampula, Atija Momade (membro do Conselho Nacional da Liga da Juventude), entre outras.

 

“Carta” apurou que os “dissidentes” do Movimento Democrático de Moçambique, exceptuando Luísa Marroviça, não haviam formalizado a sua saída do partido, até ao fecho desta edição. Marroviça é agora candidata a deputado da Assembleia da República pela Coligação Aliança Democrática.

 

No caso da Nova Democracia (ND), o destaque vai para o delegado político do distrito autárquico de Malema. Em Nampula, a ND começou a registar algum declínio depois da morte do antigo delegado provincial, Rachade Carvalho. (Carta)

segunda-feira, 10 junho 2024 16:04

Acidente de viação mata 23 pessoas em Sofala

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A tragédia ocorreu este domingo no Dondo, no qual perderam a vida vinte e três pessoas, para além de 49 feridos. A Polícia aponta como causa do sinistro a negligência do motorista do autocarro. De acordo com a corporação, o autocarro fazia o trajecto Dondo-Beira e o acidente ocorreu em Mafambisse durante uma ultrapassagem, tendo o autocarro embatido num veículo pesado que vinha em sentido contrário.

 

A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirma entre os óbitos, três crianças, nove mulheres e 11 homens. Os feridos foram atendidos na unidade Sanitária de Dondo e outros transferidos para o Hospital Central da Beira.

 

“Aqui no Hospital Central da Beira recebemos 25 doentes, dos quais 12 já tiveram alta e 13 continuam internados, sendo dois em estado grave”. Uma das sobreviventes contou à imprensa que o autocarro apresentava deficiências mecânicas (travagem) e estava a andar à alta velocidade. Ao tentar esquivar-se de um camião que vinha em sentido contrário, o motorista acabou caindo na vala.

 

Grande parte dos corpos ainda não foram reclamados, conforme avançou o Governador de Sofala, Lourenço Bulha. “A morgue de Dondo tem a capacidade para receber apenas seis corpos, então, os outros vamos ter que transferir para Mafambisse e Beira. Acreditamos que a maior parte dos corpos ainda não foram reclamados por serem residentes da Beira, mas estamos ainda a identificar através dos Bilhetes de Identidade”, disse Bulha.

 

No autocarro, com capacidade para 90 passageiros, seguiam 77. (M.A)

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Uma passageira que viajava no voo Maputo-Lisboa das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que também transportava a seleção moçambicana de futebol, viajou inconsciente durante sete horas, tendo recebido assistência médica durante o trajeto, disse hoje a transportadora.

 

Em comunicado, a LAM refere que a mulher teve problemas de saúde, três horas após o avião ter descolado de Maputo, e ficou inconsciente durante sete horas de viagem, até ao destino, Lisboa.

 

“Para a assistência à passageira com problemas de saúde, a tripulação contou com os préstimos de seis médicos que se encontravam a bordo. Os cuidados foram prestados por três médicos da seleção nacional de futebol e três médicas do Ministério da Saúde de Moçambique”, avança a nota.

 

O gesto de humanismo permitiu salvar a vida da passageira, sublinha o comunicado.

 

A LAM não especifica se a mulher era parte da comitiva da equipa nacional de futebol, dado que o voo também transportava outros passageiros.

 

Os jogadores da seleção moçambicana de futebol viajaram na sexta-feira no voo Maputo-Lisboa, para depois seguirem da capital portuguesa para Marrocos, onde na segunda-feira jogam contra a Guiné-Conacri, em partida da quarta jornada do Grupo G da zona africana de qualificação para o Mundial2026, que vai decorrer nos EUA, Canadá e México.(Lusa)

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O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) aposta no padre católico da arquidiocese de Nampula, Fernão Magalhães, e antigo director da Faculdade de Direito (FADIR) da Universidade Católica de Moçambique, para candidato a governador da província. O MDM depositou na passada sexta-feira a candidatura do partido para as eleições de 9 de Outubro, num evento que contou com a participação do prelado.

 

Segundo fontes do MDM, Fernão Magalhães é uma das melhores apostas para ombrear em pé de igualdade com outros candidatos e sagrar-se vitorioso nas próximas eleições.

 

“Sem dúvidas que o candidato a governador, ou seja, o nosso cabeça-de-lista, é o padre Magalhães e será anunciado ainda esta semana. Estamos apenas a aguardar o aval da direcção máxima do partido”, disse fonte daquele partido na província de Nampula, o maior círculo eleitoral.

 

“Carta” apurou que a eleição do antigo director da Faculdade de Direito da Universidade Católica em Nampula foi consensual e sem nenhuma oposição. A nível da arquidiocese de Nampula, a entrada do padre Fernão Magalhães na vida política activa foi objecto de crítica por parte dos religiosos, particularmente dos sacerdotes, que entendem que a sua opção está a “sujar” o bom nome e a dignidade de uma das principais igrejas.

 

O padre Fernão Magalhães vai disputar a corrida eleitoral com o empresário Eduardo Mariamo da FRELIMO, a deputada Abiba Abá da RENAMO, Dias Coutinho do PODEMOS, também por sinal um reputado advogado e Raul Novinte, antigo edil de Nacala que abandonou a RENAMO para filiar-se à Coligação Aliança Democrática (CAD). (Carta)

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A Organização da Mulher Moçambicana na Zambézia (OMM) dirigiu uma carta ao Presidente do Partido Frelimo exigindo a reposição dos seus assentos, alegadamente retirados a favor dos membros da Organização da Juventude Moçambicana (OJM).

 

“Dirigimos a presente carta para exigir o cumprimento da quota dos 35%, segundo a directiva sobre eleições internas do Partido, visto que nos foram conferidos apenas dois lugares, em benefício da OJM, [tem direito a 22%] que somou nove lugares, desvalorizando assim o papel da mulher no partido”, refere a carta.

 

As mulheres da Zambézia alegam que os seus assentos foram entregues aos jovens empresários por terem pago valores avultados e as namoradas dos chefes do partido, e solicitam a anulação dos resultados.

 

No documento, a OMM diz que o Secretário Provincial do Partido tem tendências de ser corrupto e tribalista, preferindo chumbar o Primeiro Secretário de Namacurra por este ser chuabo, para aprovar o Primeiro Secretário de Lugela por ser seu conterrâneo.

 

“Como se não bastasse, no processo eleitoral não houve nenhum pingo de transparência, as mulheres foram total e absolutamente humilhadas e proibidas de assistir de perto à contagem dos votos”.

 

A OMM refere que, desde a ascensão ao poder do Primeiro Secretário Provincial Paulino Lenço e do Secretário de Mobilização, Manuel Franco, tem estado a dividir o partido em alas, a partir da base até ao topo, com recurso ao regionalismo. (M.A)

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