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Os utentes das operadoras de telefonia móvel continuam a sentir-se injustiçados e exigem a reposição dos bónus anteriormente aplicados depois de terem decidido, nesta segunda-feira (17), cancelar as tarifas “polémicas”.

 

O cancelamento ditou a introdução de novas tarifas, que de certa forma melhoram o cenário anterior, mas ainda longe de satisfazer os utentes.

 

“Eu sinto-me enganada, o Governo foi claro ao afirmar que as operadoras deviam cancelar as tarifas que estavam a aplicar até ao último domingo e continuar com as tarifas anteriores que ofereciam muitos bónus.  No entanto, o que se vê é que as operadoras vieram nos apresentar um novo cenário e novas tabelas de preços”, explicou Ana Guila, residente da Matola C e usuária da telefonia móvel Vodacom.

 

“As taxas foram melhoradas, mas nós esperávamos que devolvessem o “ilimitado”, que nos ajudava muito com chamadas e internet ilimitada. Como estudante, eu conseguia fazer pesquisa de vários trabalhos da faculdade sem precisar me preocupar muito se os megas iam ou não acabar”, disse Carlos Manhique, outro usuário da Vodacom que conversou com a “Carta”.

 

Já Cármen Morgado, residente da cidade da Matola, disse à nossa reportagem que houve melhoria dos megas, mas a qualidade e a velocidade ficaram mais lentas.

 

“Nós só queremos Ilimitado. Nada além de ilimitado irá nos convencer. O que as operadoras estão a fazer é triste. Pior ainda, não honraram com a sua palavra. A ordem era de suspensão e não de reajuste”.

 

Entretanto, numa interacção entre a Vodacom e alguns internautas na página oficial desta operadora, pode-se ler: a Vodacom está num processo contínuo de actualização de pacotes. Contudo, todos os pacotes estão mais atractivos e muito mais ricos em megabytes. Por exemplo: os pacotes Tudo Top têm agora mais minutos e o dobro dos megas”, escreve a Vodacom.

 

Por seu turno, alguns usuários da Movitel expressaram também a sua indignação em relação às actuais tarifas.

 

Em jeito de resposta a alguns internautas, esta operadora justificou na sua página oficial as novas tarifas de internet e chamadas: “neste momento, os pacotes ilimitados no formato em que existiam anteriormente não serão repostos. Contudo, temos outros pacotes ainda melhores. Basta digitar *155# para encontrar ofertas que agora têm mais minutos e o dobro dos megas”, escreve a Movitel.

 

Em relação aos clientes da TmCel, a maior queixa diz respeito aos minutos para todas as redes que duravam mais dias que nos pacotes actuais. (M.A)

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Há um texto que está a circular vilipendiando a Sociedade Civil (SC) e proferindo impropérios abomináveis contra o trabalho digno de muitas organizações e personalidades ligadas a esse mundo. São afirmações e posicionamentos tão indignos, e que são totalmente contrários aos princípios básicos da sinceridade ética e académica que cultivo muito seriamente.

 

Esses grupos que, para além de serem intelectualmente questionáveis pela qualidade das suas afirmações, têm agendas obscuras com a instrumentalização abusiva da minha imagem e a manipulação nojenta dos meus pronunciamentos no Canal Televisivo MBC.

 

O meu argumento central nessa entrevista foi: todo e qualquer individuo da Sociedade Civil tem a prerrogativa de poder fazer ou participar da política, mesmo que eu entenda que a vocação primária da SC não é necessariamente fazer política, no sentido de Politcs. Ainda, pode haver, e muitos sabemos disso, pessoas que podem usar as organizações da SC para fins contrários ao objecto de sua existência. Não se trata de um fenómeno generalizado, mas pode ocorrer e ocorre. Essa é uma reflexão sociologicamente possível. Não se trata de dizer se é condenável ou não, se é bom ou mau. Apenas existem essas dinâmicas e que podem merecer atenção nossa. Apenas isso. O resto é interpretação abusiva, hermeneuticamente insípida. Há uma clara intenção nesse texto de atacar a Sociedade Civil e algumas personalidades usando infielmente os meus pronunciamentos, desviando o sentido dos meus argumentos e ampliando insensatamente o teor do que disse.

 

Os que me conhecem sabem que a qualidade do texto em circulação agredindo a Sociedade Civil é, tanto no plano formal como no plano do teor, completamente distante daquilo que é o rigor que aplico quando me pronuncio sobre qualquer que seja o sujeito do meu domínio ou interesse. Nunca me pronunciaria tão abusiva e porcamente como fica patente no texto em circulação.

 

Reitero aqui, portanto, a minha completa desaprovação no que concerne à práticas que seviciam a sociedade civil, aos amálgamas que se espalham vindo de sectores reacionários, sectores anti-liberdades cívicas.

 

Continuo absolutamente convicto que as organizações da Sociedade Civil são um corpo fundamental na promoção de uma sociedade mais aberta, mais livre, de uma cidadania mais activa, mais consciente, de uma sociedade mais democrática, mais transparente, mais respeitadora dos Direitos Humanos. Em Suma, afasto-me de todo e qualquer pronunciamento que for contrário ao que digo nesta mensagem, assim como nos meus pronunciamentos no Canal Televiso MBC no dia 12 de Junho.

 

Refuto-me categoricamente a associar-me ao teor do texto associado à minha curta entrevista, que foi de apenas um minuto e dezoito segundos.

 

É uma clara manipulação propagandista, de qualidade interna e de escrita medíocre, e que responde aos interesses de grupos que são contrários aos meus valores, às minhas convicções, e ao profundo respeito que tenho pela minha sanidade intelectual e pela minha responsabilidade ética dentro do meu país, Moçambique.

 

*Régio Conrado##*

 

Académico, Investigador e Pos-doutorando em Public Policy Reforms na Universidade Sheffield ( Reino Unido) Bordeaux ( França)

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O Presidente do Município de Quelimane, Manuel de Araújo, rejeitou sábado, repetidamente, a ideia de que o principal partido da oposição, a Renamo, esteja em agonia.

 

Discursando num comício em Quelimane, onde foi apresentado como candidato da Renamo a governador da província da Zambézia, nas eleições provinciais marcadas para 9 de Outubro, Araújo, citado na edição de segunda-feira do boletim independente “Mediafax”, disse que aqueles que prevêem o iminente desaparecimento da Renamo “não conhecem a Renamo e os seus apoiantes”.

 

“Há quem diga que a Renamo está acabada em Quelimane”, declarou. “Dizem que os jovens abandonaram a Renamo. Dizem que as mulheres abandonaram a Renamo”.

 

Após cada uma destas declarações, ele perguntou à enorme multidão presente no comício se era verdade e eles responderam com gritos ensurdecedores: “Não!”

 

O futuro da Renamo foi seriamente questionado quando a liderança do partido excluiu Venâncio Mondlane, que tinha sido candidato da Renamo a presidente do Município de Maputo nas eleições municipais do ano passado, do congresso da Renamo realizado no município de Alto Molócuè, em meados de Maio.

 

Mondlane pretendia desafiar o líder do partido, Ossufo Momade, para a presidência da Renamo. Mas com o seu adversário mais sério excluído do Congresso, Momade teve poucos problemas em ser reeleito para um segundo mandato de cinco anos como presidente do partido.

 

Mondlane demitiu-se então da Renamo e está agora a concorrer com o apoio da Coligação Aliança Democrática (CAD) nas eleições de Outubro para Presidente da República.

 

Araújo, que tem sido por vezes mencionado como um possível futuro líder da Renamo, não seguiu Mondlane para fora do partido, embora tenha deixado claras as suas diferenças com Momade. Ao oferecer apoio condicional à liderança de Momade, Araújo deixou aberta a possibilidade de uma futura candidatura à presidência da Renamo.

 

Araújo escolheu atacar nominalmente, não o próprio Mondlane, mas um dos seus proeminentes apoiantes da Zambézia, Joel Amaral, que, no mesmo dia, liderou uma marcha pelas ruas de Quelimane em apoio a Mondlane, e à Coligação da Aliança Democrática (CAD)), que o está apoiando. Amaral “passou para o outro lado, pensando que a Renamo está acabada”, disse Araújo. “Mas diga a ele que ainda é tempo de voltar para casa”.

 

Disse que os líderes da Renamo “cometeram erros” e pediu à multidão que os perdoasse e depois “marchassem juntos pelo mesmo caminho”.

 

“Os nossos chefes em Maputo cometeram alguns erros. Não podemos esconder isso”, sublinhou. “Temos que criticá-los e eles devem admitir que cometeram erros”. Mas insistiu que a população de Quelimane e da Zambézia “nunca” abandonará a Renamo.

 

Araújo declarou a sua convicção de que vencerá em Outubro e se tornará o primeiro governador da Renamo na Zambézia. (AIM)

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O sector da saúde deve reforçar estratégias de atracção, retenção e motivação de dadores de sangue, constatou um estudo apresentado pelo Investigador do Instituto Nacional de Saúde, Nédio Mabunda. A pesquisa, realizada no país, foi apresentada durante a mesa-redonda intitulada “Hemoterapia em Moçambique: ganhos, desafios e perspectivas”.

 

O estudo constatou uma predominância de dadores de reposição, ou seja, indivíduos que doam sangue para substituir o sangue usado por seu familiar (cerca de 70 por cento), em detrimento de dadores de sangue voluntários.

 

Segundo Nédio Mabunda, a elevada seroprevalência de patógenos testados no sangue doado é um factor de risco para a segurança transfusional, sendo que é importante apostar em dadores de sangue voluntários.

 

A Directora-Geral do Serviço Nacional de Sangue, Sara Salimo, que também participou do debate, apontou vários desafios na área de transfusão de sangue em Moçambique, tais como a falta de recursos humanos, necessidade de uso de teste de diagnóstico com melhor desempenho técnico e maior atracção de financiamento para a área. (M.A)

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A comunidade islâmica manifesta a sua inquietação com alguns problemas que preocupam este grupo populacional, entre os quais, os raptos e impedimento de uso de lenços de cabeça nas salas de aula. 

 

Segundo o Sheik Suleimane Fonseca, os casos mais recentes, de menores impedidos de entrar na sala de aulas, ocorreram nas escolas baseadas no distrito municipal da Ka Tembe, cidade e província de Maputo, província de Nampula, entre outros cantos do país.

 

O Sheik afirma que existe uma circular do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano que permite o uso de lenço nas escolas. “Uma vez que a indumentária islâmica é cobrir o corpo todo, a cabeça também, nós vemos menores obrigados em público a remover o lenço em frente das pessoas”, lamentou. 

 

No que se refere aos raptos, pede ao governo para resolver o problema com a maior brevidade possível, pelo facto de a sua persistência estar a retrair mais investimentos. Aliás, os raptos têm a particularidade de afectar com maior incidência cidadãos de descendência asiática, a maior parte dos quais da comunidade muçulmana.

 

“Não vou falar que os raptos são (apenas) desafios da comunidade muçulmana, mas é verdade que os muçulmanos são os que mais sofrem deste problema”, disse.

 

“É um problema dos moçambicanos. É um problema em Moçambique, que o governo deve fazer um esforço no seu mais alto potencial e capacidade para eliminar este mal, porque está a fazer com que os nossos investidores moçambicanos, os comerciantes, abandonem o país, procurando um lugar mais seguro”, disse Fonseca.

 

Frisou que isso prejudica o povo moçambicano, porque muitos cidadãos acabam ficando sem emprego. Sobre o Eid Al-Ad´ha que se assinalou ontem no mundo inteiro, Fonseca explica que “hoje (ontem), é dia que marca o fim da peregrinação à Meca, em cumprimento do quinto pilar da religião islâmica, em que os peregrinos do mundo inteiro se dirigem à Meca”.

 

Por seu turno, o secretário de Estado na cidade de Maputo, Vicente Joaquim, garantiu que o Executivo está a trabalhar para trazer soluções para os problemas arrolados.

 

“Reconhecemos o papel que a religião desempenha na nossa sociedade neste momento em que o nosso país atravessa vários desafios, entre eles, o terrorismo, mas também outros males que enfermam a nossa sociedade, nomeadamente os raptos”, disse.

 

Já o primeiro secretário da Frelimo na cidade de Maputo, António Niquice, fez saber que o dia de hoje (ontem) é histórico, pois também se celebra o Dia da Criança Africana, Massacre de Mueda e o Dia do Metical.

 

“Queremos também nos solidarizar com todos os muçulmanos. Como sabem, não é só a comunidade muçulmana que tem estado a ser afectada pelos raptos, mas sentimos que uma boa parte dos nossos irmãos muçulmanos que ainda continuam até no cativeiro são afectados por estes crimes”, disse Niquice.

 

Destacou que a comunidade muçulmana desempenha um papel crucial no desenvolvimento sócio económico do país. (AIM)

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O Governo de Moçambique pretende escalonar os horários de trabalho de Maputo, atrasando em uma hora a abertura dos grandes supermercados e comércio retalhista, bem como da função publica, para retirar 55 mil passageiros da estrada.

 

De acordo com a proposta do Ministério dos Transportes e Comunicações, através da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo, que está a ser apresentada a várias organizações, "diariamente são feitas cerca de 850 mil viagens" na capital, "das quais 355 mil no transporte público e as restantes em veículos particulares".

 

"A cidade de Maputo, a capital política e económica do país, regista uma grande atração de viagens, em virtude de estarem concentradas um variado conjunto de instituições, serviços e atividades que atraem e geram a um elevado número de passageiros e de viaturas particulares, produzindo picos nas horas de ponta que criam os congestionamentos, acidentes, poluição e elevada demora no tempo de viagem e de espera dos transportes públicos", refere a proposta, a que a Lusa teve hoje acesso.

 

"Temos cerca de 400 autocarros, 15 veículos mistos e cerca de 3.000 'minibus' que prestam serviço de transporte publico. De um modo geral, as atividades iniciam no intervalo das 07:30 às 08:00, o que cria uma grande pressão sobre o transporte público. Os picos da manhã e de tarde são acentuados e o tempo de espera pelo transporte é significativo", reconhece o documento.

 

Em concreto, a proposta de horário escalonado prevê a abertura dos grandes supermercados às 09:00, uma hora depois do atual, o mesmo acontecendo no comércio retalhista. Na função pública, a proposta passa por atrasar uma hora o início do serviço na capital, das 07:30 para 08:30, com o encerramento também uma hora mais tarde, às 16:30.

 

A medida, acrescenta o documento, permitiria a "redução do período de pico, em especial o pico da manhã", bem como da sobrelotação dos meios de transporte e dos "congestionamentos, stress e acidentes", além de aumentar a "velocidade comercial na rede", com "impacto na redução dos custos operacionais", diminuindo o tempo de espera por transporte público nas horas de pico e aliviando a "concentração de passageiros nas paragens e terminais".

 

"O escalonamento dos horários de trabalho poderá provocar um decréscimo de passageiros no período da manhã na ordem das 55 mil pessoas em apenas uma hora de diferença", aponta.

 

A proposta acrescenta que o tempo médio de deslocação por viagem dentro da área metropolitana de Maputo aumentou 21,1 minutos em dez anos, em transporte privado, para 64,4 minutos em 2022, enquanto o do transporte público aumentou 8,4 minutos, para 74,5 minutos.

 

De acordo com a matriz atualizada de origem e destino de 2022, "o número de veículos que entram em Maputo mais do que duplicou e o número de pessoas que se deslocam dos municípios vizinhos aumentou de 350 para 600 mil pessoas. O pico do fluxo ocorre no período das 05:00 às 09:00 e das 15:00 às 19:00", lê-se ainda.

 

O documento acrescenta que funcionam na cidade de Maputo 121 escolas secundárias e universidades, que "representam um universo de cerca de 210 mil estudantes", além de "cerca de 17.250 outras entidades", como bancos, unidades de saúde, supermercados, comércio grossista e retalhista, mercados municipais, seguradoras e ministérios, "que atraem e geram milhares de viagens diariamente".

 

A proposta assume que o escalonamento terá de "atender à Lei do Trabalho em vigor e o respetivo horário de trabalho" e destaca que, das 20 instituições auscultadas, 17 deram parecer positivo.

 

O documento final ainda terá de ser levado ao conselho consultivo do Ministério do Trabalho "para decisão final", seguindo depois para o Conselho de Ministros, que deverá "apurar outros dispositivos legais para sua efetiva aprovação em decreto".(Lusa)

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