A comissão política da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) aprovou hoje o manifesto eleitoral do partido às eleições gerais de 09 de outubro, que será submetido à apreciação do Comité Central na sexta-feira.
“A comissão política reconhece as contribuições dos membros, simpatizantes e dos vários segmentos da sociedade na elaboração desta proposta”, lê-se no comunicado final da 30.ª reunião ordinária daquele órgão, presidida pelo presidente do partido e chefe de Estado, Filipe Nyusi.
Na reunião, a comissão política analisou “o grau de preparação” da segunda sessão extraordinária do Comité Central da Frelimo, o principal órgão do partido entre congressos, tendo aprovado “a proposta do manifesto eleitoral”, que “será apreciada nesta sessão”, a decorrer na próxima sexta-feira, na Escola Central do Partido, na cidade da Matola, arredores de Maputo.
A comissão política da Frelimo convocou em 20 de junho esta reunião extraordinária do Comité Central, para aprovar o manifesto eleitoral para a votação de outubro.
Na ocasião, a porta-voz do partido, Ludmila Maguni, acrescentou que a agenda desta sessão do Comité Central “é única”, prevendo a “aprovação do manifesto eleitoral” que o partido vai levar ao “processo de eleições que se realizam este ano”.
Moçambique vai realizar em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais e legislativas, as segundas para os governadores provinciais e as quartas para as assembleias provinciais.
O atual Presidente, Filipe Nyusi, que é também presidente da Frelimo, no cargo desde 2014, já não pode concorrer, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
O candidato apoiado pela Frelimo a Presidente da República, Daniel Chapo, secretário-geral interino, garantiu em 05 de junho que o partido vai continuar no poder, mas avisou que é tempo de acabar com o nepotismo e a corrupção.
“São 50 anos de independência no próximo ano. Vamos aproveitar a ocasião para avaliar o que nós fizemos durante os 50 anos e [programar] o que nós temos que fazer nos próximos 50 anos. Porque sabemos que vamos continuar no poder”, disse Chapo, num comício improvisado à porta do Conselho Constitucional, em Maputo, onde entregou a candidatura a Presidente da República nas eleições de 09 de outubro.
Perante centenas de apoiantes, pouco depois de entregar, através da mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, 20.000 assinaturas e o restante processo de candidatura, Daniel Chapo assumiu o objetivo de renovação, no partido e na sociedade, 50 anos após a independência, em 25 de junho de 1975.(Lusa)
Um total de 22.694 pacientes deram entrada nas unidades sanitárias da cidade de Maputo, com sintomas de conjuntivite hemorrágica viral, desde a notificação do primeiro caso a 21 de Fevereiro último. Os dados foram divulgados pela Agência de Informação de Moçambique (AIM), citando a Vereadora do pelouro de Saúde e Qualidade de Vida no Conselho Municipal de Maputo (CMM), Alice de Abreu.
Abreu explicou que, dos 22.694 casos notificados, apenas 21 pacientes se encontram em seguimento. A fonte disse ainda que, desde o dia 01 até ao dia 07 do mês em curso, os casos de conjuntivite têm estado a reduzir.
“No período em referência, tivemos o registo de 33 casos de conjuntivite hemorrágica, contra 40 da semana anterior”, frisou.
O maior número de casos de conjuntivite ocorreu em indivíduos de 15 ou mais anos de idade, com 15.512 casos, seguido de pessoas com cinco a 14 anos, com um total de 5.1899 e em menores de zero a quatro anos, com 1996 casos.
Alice de Abreu esclareceu que os casos foram registados em todos os distritos, com maior enfoque para Ka Mubukwana com 8.465, seguido de Nhlamankulo com 6.157, depois Ka Mpfumu com 3.888, Ka Mavota com 1.837, Ka Maxaqueni com 1.165, Ka Tembe com 1.041 e Ka Nyaka com 133 casos”,
Refira-se que, de fevereiro a abril do presente ano, quarenta e cinco pessoas perderam a visão, em todo o país, por conta da auto-medicação para a conjuntivite hemorrágica. As províncias de Nampula e Sofala são as que registaram maior número de casos durante o período de pico.
O surto de conjuntivite hemorrágica em Moçambique eclodiu em fevereiro último, tendo como epicentro a província de Nampula. Entretanto, desde o mês de abril, os dados do sector da saúde indicavam que os casos tinham tendência a reduzir e já não havia registo massivo de novos casos. (M.A)
Um grupo de indivíduos ainda a monte assaltou, na manhã desta segunda-feira (15), uma viatura da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), levando um valor correspondente a seis milhões de mts.
Segundo testemunhas oculares, o carro da IURD vinha da avenida 24 de Julho e, ao chegar nas proximidades da Escola Secundária Francisco Manyanga, na Avenida Mohamed Siad Barre, teve que abrandar para atravessar uma lomba e foi nesse instante que os assaltantes aproveitaram imobilizar o veículo e conseguiram levar o valor.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirma o assalto e diz que os meliantes levaram consigo seis milhões de mts. "Esta ocorrência foi participada na nossa sub-unidade e nós agora estamos a trabalhar para esclarecer o crime", relatou o Porta-voz da PRM, Leonel Muchina. (M.A)
O Ministério da Defesa Nacional quer promover a formação e capacitação das Forças Armadas da Defesa de Moçambique (FADM) em línguas estrangeiras, com destaque para inglês, francês, árabe e swahili. O objectivo desta estratégia é melhorar a capacidade de cooperação internacional e operacionalidade entre os militares moçambicanos e as forças estrangeiras, em contextos multinacionais.
Em paralelo a este desiderato, o Ministério da Defesa considera vital intensificar a formação de militares em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), garantindo que as forças estejam preparadas para enfrentar as ameaças modernas e utilizar ferramentas avançadas de comunicação e inteligência.
Estas decisões saíram do XXV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional, evento de três dias, que decorreu na Matola, província de Maputo.
“Outros objectivos têm que ver com a melhoria da logística e sustentação com vista a aperfeiçoar os nossos sistemas logísticos para assegurar o fornecimento eficiente e contínuo de recursos, equipamentos e suprimentos necessários para as operações das FADM”, disse o ministro da Defesa, Cristóvão Chume, que falava na noite de sábado (13), durante o encerramento do encontro.
No rol dos objectivos do Ministério, saídos deste Conselho, consta ainda o recrutamento e retenção de especialistas; melhoria da coordenação entre diferentes áreas do sector da defesa; modernização dos equipamentos militares, adquirindo novas tecnologias e actualizando os sistemas existentes.
Cristóvão Chume reconheceu, na ocasião, que os actos terroristas que fustigam Moçambique constituem uma ameaça transnacional que se revela como um factor perturbador da segurança nacional.
“Por isso, categorizamos o terrorismo e o extremismo violento como ameaças existenciais à República de Moçambique”, disse, acrescentando que urge endereçar uma vénia aos jovens das Forças de Defesa e Segurança que combatem sem trégua o terrorismo e o extremismo violento na Província nortenha de Cabo Delgado.
O XXV Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional decorreu sob o lema “Sector de Defesa: Engajado na consolidação de capacidades das FADM, como instrumento de prossecução do interesse nacional”. (AIM)
As instituições ligadas à segurança rodoviária das províncias de Gaza, Inhambane e Sofala consideram de grave a situação dos acidentes de viação nas estradas dessas regiões, pois os índices continuam elevados. As más condições das estradas e a atitude do homem são apontadas como as principais causas dos sinistros.
A informação foi avançada sábado (13), no programa “Linha Directa” da Rádio Moçambique, emissora nacional, pelos representantes da Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO) em Sofala, Administração Nacional de Estradas (ANE) em Gaza, comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Inhambane, e Instituto Nacional de Transportes Rodoviários (INATRO) em Sofala, onde reflectiam sobre a problemática dos acidentes de viação.
O representante do INATRO em Sofala, Assane Hussene, considerou o fenómeno de um terrorismo rodoviário.
“Como agentes reguladores e fiscalizadores, na minha opinião, estamos perante um terrorismo rodoviário que se está a viver. Se formos a ver, no cômputo geral, isso é devido ao comportamento humano”, disse Hussene.
Já o delegado provincial da AMVIRO, em Sofala, Lucas Mainato João, achou, por sua vez, dramática a situação dos acidentes de viação.
“Os acidentes rodoviários têm ocorrido dia após dia na nossa nação moçambicana, em particular na província de Sofala. Já tivemos dois acidentes trágicos nos últimos dias e isso traz um impacto negativo no seio da comunidade e da sociedade e danos nas famílias das vítimas de acidentes”, lamentou Mainato João.
Pelo mesmo diapasão alinhou o delegado provincial da Administração Nacional de Estradas (ANE) na província de Gaza, Elcídio Dove.
“Ocorrem acidentes por conta da velocidade excessiva e comportamento dos condutores. Como ANE, temos feito actividades de sensibilização junto com os outros colegas da PRM e INATRO na tentativa de reduzir esses acidentes que na sua maioria envolvem operadores de transporte de passageiros”, avançou.
Por seu turno, o representante da Associação dos Transportadores da Cidade da Beira, Francisco Gali, reconhece que na sua maioria os condutores dos veículos não têm preparação suficiente.
“De facto, temos que dar a mão à palmatória e deveríamos apostar em condutores com cartas recomendadas que são cartas de categoria de serviços públicos e profissional, mas neste momento nós nos deparamos com o desafio de inexistência desses condutores e acabamos levando qualquer motorista que nos aparece”, admitiu Gali.
Por sua vez, o chefe do Departamento de Trânsito no Comando da PRM em Inhambane, Dinis Macauze, lamentou esta situação e apelou a todos os reguladores rodoviários para serem rigorosos.
“O impacto é negativo, mas o relatório do primeiro semestre reflecte uma redução de 44 casos contra 51 do período homólogo de 2023 em que tivemos uma redução de sete casos, com 55 óbitos contra 66 do período análogo de 2023”, disse Macauze. (AIM)
O Estado moçambicano acumulou no primeiro semestre deste ano um prejuízo no valor de cerca de 405 milhões de meticais (6.361.579 dólares norte-americanos), em consequência de actos de corrupção em diversas instituições do país. Segundo o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), este valor resulta de 1328 processos tramitados, dos quais, 705 do período em alusão, acrescidos a 623 transitados do ano anterior.
Do total dos processos tramitados, findaram 475, tendo recaído 346 em despacho de acusação e 129 de arquivamento da instrução. Os tipos legais de crimes mais frequentes foram o de corrupção passiva para acto ilícito, com o registo de 236 casos, seguido de corrupção activa, com 169, abuso de cargo ou função, com 95, peculato, com 70 e simulação de competências, com 65.
Ainda no mesmo âmbito, foi apreendido o montante de 277.617,00 meticais (o dólar custa 63,6 meticais) depositados na Conta Única do Tesouro, e apreendidos, igualmente, quatro imóveis avaliados em mais de 39 milhões de meticais e uma viatura de 1.3 milhão de meticais.
Citado pelo “Notícias”, o director-adjunto do GCCC, Eduardo Sumana, diz ser necessário quebrar a percepção da impunidade, investigando, acusando e julgando estes casos e crimes conexos com maior celeridade para que os actores sejam condenados e o Estado ressarcido dos prejuízos. (AIM)