Depois de ouvir Armando Ndambi “Cinderela” Guebuza, o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo irá, esta quinta-feira, ouvir Bruno Evans Tandane Langa, no prosseguimento do julgamento do Processo de Querela n.º 18/2019-C, relativo às “dívidas ocultas”, que decorre na Penitenciária de Máxima Segurança (vulgo B.O.), na província de Maputo.
Bruno Langa, amigo do primogénito de Armando Emílio à data dos factos, é acusado pelos crimes de posse de armas proibidas (é proprietário de uma pistola e de uma arma de caça), chantagem, falsificação de documentos, uso de documento falso, abuso de confiança, corrupção passiva para acto ilícito, associação para delinquir e branqueamento de capitais.
A acusação cita Bruno Langa como o indivíduo que terá servido de elo entre Teófilo Nhangumele e o Presidente Armando Emílio Guebuza. A acusação refere que foi Bruno Langa quem recebeu o projecto da Privinvest das mãos de Teófilo Nhangumele, com o fito de abordar o seu amigo Ndambi Guebuza, de modo que este convencesse o pai a aceitá-lo. Diz ainda que Langa integrou as “delegações” que viajaram para Alemanha, em Dezembro de 2011, e Abu Dhabi, em Janeiro de 2012, cuja missão era avaliar as reais capacidades do fornecedor.
Pelo trabalho, Bruno Tandane Langa recebeu 8.5 milhões de USD. Para receber o dinheiro, Langa assinou um contrato de consultoria (era Engenheiro Mecânico Diesel) com a Privinvest, de modo a obter o visto de residência que lhe permitiria abrir conta bancária nos Emirados Árabes Unidos.
O dinheiro foi investido em imóveis, viaturas luxuosas, gado e máquinas agrícolas em Moçambique (cidades de Maputo e Matola) e na vizinha África do Sul (Nelspruit). (Carta)