“Em nome de todos os Moçambicanos a quem temos o privilégio de representar, queremos exprimir palavras de louvor e felicitação a ti Kalungano, pelo teu aniversário natalício. Tu que és uma personalidade incontornável na história de libertação de Moçambique”, escreve o Presidente Filipe Nyusi, numa mensagem por ocasião dos 90 anos de Marcelino dos Santos, que hoje se comemoram.
“Queremos usar este momento singular, para celebrarmos com viva emoção a vida e obra de um HOMEM, mostrando, com muita sinceridade e solenidade, que bem merece o enorme impacto que o seu percurso representa para cada um de nós, e para a história de um Povo e desta Nação que heroicamente se ergue com o seu inestimável contributo”, diz o actual o PR.
Para Filipe Nyusi, “a melhor retórica para o acompanhar nesta efeméride é, sem dúvida, o nosso abraço amigo, manifestando a fraternidade que as palavras omitem ou oprimem”. “Queremos recordá-lo que o país com o qual sonhou junto de Mondlane e outros Camaradas, está a trilhar pelos caminhos da paz, desenvolvimento e prosperidade, e a vossa visão está a ser continuada, contando com as forças que temos. As árvores que plantaste, os textos que escreveste, as lutas que travaste, são, hoje, a razão da nossa força para continuarmos a lutar pela emancipação de um povo cujo passado esteve sequestrado pelo colonialismo”. (Carta)
É um cenário alarmante. A saga da desflorestação continua na província de Tete e os “predadores” de sempre comandam a “farra”. As florestas foram entregues aos furtivos chineses que usam licenças dos nacionais e aliciam as comunidades locais com valores monetários que variam de 50 a 500 Mts por uma espécie como Nkula, Chanado, Chanfuta ou Umbila, muito apreciadas no mercado internacional.
Marcelino dos Santos redigiu, de Portugal, onde se encontrava a estudar desde 1947, uma carta que seria publicada no prestigiadíssimo O Brado Africano, onde anuncia, com irredimível convicção, a sua combatividade, aos 20 anos. Isto nos finais dos anos 40. Permanecerá quatro intensos anos na antiga capital do Império. Estuda e conspira, milita clandestinamente. Envolvido numa organização dos estudantes das colónias, sairá para Paris, em 1951, onde prossegue a sua actividade política com premência, a par dos seus estudos. Abandonado o curso de engenharia, estuda ciências económicas e sociologia. Reúne, no seu quarto, a 100 metros da Sorbonne, futuros lutadores pela liberdade. Intentava fazer um movimento anti-colonial, que precede a formação da frente – no caso de Moçambique - que irá concretizar o objectivo da luta. Participa em importantes encontros internacionais, como os festivais da juventude. Em 1959 é expulso de França. Razões? A sua intensíssima actividade política. Bélgica e Inglaterra inscrevem-se nos territórios de exílio. Em 1961 (18 e 19 de Abril) participa na fundação da CONCP (Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas). O PAIGC, que nascera em 1956, representa a Guiné-Bissau e Cabo Verde, o MPLA (igualmente fundado em 1956) representa Angola, o MLSTP (nasceria em 1960) participa em nome de S. Tomé e Príncipe, e a UDENAMO (também de 1960, que será substituída pela ulterior FRELIMO na organização) defende o nome de Moçambique. Marcelino dos Santos é eleito secretário-geral da CONCP e secretário das Relações Exteriores da UDENAMO. Seria, em 1962, fundador da FRELIMO, da qual chegará a ser vice-presidente.
Na acção arbitral que está a mover contra o Estado Moçambicano e que corre os seus trâmites na Suíça, em que exige 200 milhões de USD de indemnização, a Privinvest enviou um correspondência a Maputo, na qual procura pela Mozambique Asset Management (MAM) num “Business Center” – centros de negócios – onde a empresa só esteve domiciliada documentalmente.
“Carta” enviou, há dias, um questionário para o endereço electrónico da Privinvest para, entre outras coisas, pedindo uma explicação sobre a acção arbitral que moveu contra o Estado moçambicano. Depois de receber as questões, a empresa reenviou-as para uma reputada firma norte-americana de relações públicas, a BGR, dirigida por Jeffrey H. Birnbaum.
Naquela que pode ser interpretada como sendo a primeira reacção pública da Frelimo à polémica gerada em torno da saída de Victor Boges, Governador da província de Nampula, da sua residência oficial, os deputados desta formação política acusaram, esta quinta-feira, o actual Edil da Cidade de Nampula, Paulo Vahanle, de ser o “promotor” de todos os males.