A petroquímica francesa Total reitera que continua empenhada em desenvolver o maior projecto de exploração de gás natural, em África, pelo que, irá regressar ao país, porém, tal facto acontecerá “assim que as condições de segurança tiverem sido repostas em Cabo Delgado”.
Segundo o CEO (Presidente do Conselho de Administração) da Total, Patrick Pouyanné, a multinacional francesa não abandonou o projecto de Liquefacção de Gás Natural (LNG, sigla em inglês), em curso na Península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado. Teve, sim, de retirar o seu pessoal, devido às questões de segurança, depois que os terroristas atacaram a vila-sede do distrito de Palma, no passado dia 24 de Março.
De acordo com o comunicado de imprensa, enviado na noite de ontem, pelo Gabinete de Imprensa do Presidente da República, momentos após o encontro entre o Chefe de Estado moçambicano e o CEO da Total, Pouyanné reiterou ainda a sua total confiança no Governo de Moçambique em restaurar a segurança naquela parcela do país.
“De facto, nós estamos a trabalhar. Houve este incidente em Palma, província de Cabo Delgado, que é uma questão da segurança. Mas quero assegurar que tivemos de tomar medidas de segurança e o nosso empenho mantém-se. Nós somos pela segurança, sobretudo das pessoas, por isso tivemos de retirar o nosso pessoal. Entretanto, assim que as condições de segurança tiverem sido repostas em Cabo Delgado, vamos voltar e temos plena confiança no Governo de Moçambique que está a trabalhar e vai conseguir restaurar a segurança e lá estaremos”, afirmou Patrick Pouyanné, citado na nota partilhada pela Presidência da República de Moçambique.
“A Total mantém-se empenhada no seu projecto em Moçambique. O gás natural é muito procurado no mundo para o planeta, é energia importante, é uma prioridade, por isso continuamos empenhados”, assegurou Pouyanné.
O documento enviado à “Carta” não avança qualquer detalhe sobre as conversações havidas entre Filipe Jacinto Nyusi e Patrick Pouyanné.
Lembre-se que a Total invocou "força maior" para suspender o projecto avaliado em mais de 20 mil milhões de USD, após o ataque terrorista verificado a menos de 20 Km do local onde está a ser desenvolvido o projecto.
O ataque à vila de Palma, norte da província de Cabo Delgado, aconteceu um dia depois de a petroquímica francesa anunciar a remobilização dos trabalhadores para dar continuidade das actividades de construção do Projecto Mozambique LNG em Afungi, que suspendera em Janeiro último, após um ataque terrorista nas proximidades do projecto.
Os ataques terroristas já causaram a morte de mais de duas mil pessoas (entre civis, militares e membros do grupo terrorista) e a deslocação de mais de 800 mil pessoas. O ataque à vila-sede de Palma, por exemplo, causou a deslocação de perto de 50 mil pessoas. (A.M.)