O Canal internacional de notícias multimídia dos Estados Unidos da América, a Voz da América (VOA), refere, esta quarta-feira, que os insurgentes capturaram e ocuparam, na passada terça-feira, o estratégico porto da vila de Mocímboa da Praia.
Cintando fontes locais, a VOA avança que a ocupação daquela infra-estrutura portuária foi o corolário de cinco dias de violentos combates entre os insurrectos e os fuzileiros navais, força da marinha de guerra das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), isto depois que o exército moçambicano ficou sem as munições. Os ataques, de acordo com fonte que temos vindo a citar, iniciaram no passado dia 5 de Agosto corrente.
A plataforma de notícias avança que o Estado Islâmico divulgou nos seus canais imagens de elementos das FDS mortos e ainda armas e munições capturadas em duas barracas de Mocímboa da Praia, alegadamente pela sua representação moçambicana.
As fontes citadas pela Voz da América relatam que os insurgentes afundaram, no porto de Mocímboa da Praia, um barco HV32 Interceptores, com uma arma RPG. Das confrontações, aponta a VOA, cerca de 55 elementos das FDS terão sido mortos e outros 90 ficaram feridos, tendo os corpos chegado à capital provincial, Pemba, em camiões.
A VOA refere, ainda, que na passada sexta-feira, “num combate de baixa intensidade”, os insurgentes repeliram posições avançadas das FDS nas aldeias ao redor da Vila de Mocímboa da Praia, concretamente, em Awasse, Anga e Ntotwe, tendo parte considerável fugido para o distrito de Mueda.
A VOA anota, igualmente, que, em Mueda, depois de uma conferência de replaneamento, uma caravana militar das FDS, que seguia para Mocímboa da Praia, no domingo, foi emboscada pelos insurgentes pouco antes de chegar a Awasse. A caravana foi atacada, precisamente, no cruzamento para Mocímboa da Praia.
Palma e Mocímboa da Praia incomunicáveis
Devido aos combates que se verificam naquele ponto do país, fontes da “Carta” revelam estar interrompida, há uma semana, a ligação terrestre entre as vilas-sedes de Mocímboa da Praia e Palma, assim como está sendo difícil comunicar-se através das operadoras Movitel e Tmcel, devido ao corte de energia a partir da subestação de Awasse.
Aliás, as fontes contam que a única via terrestre usada, desde semana finda, para sair de Palma, é a que liga aquela sede distrital com a sede do distrito de Nangade, passando pelo Posto Administrativo de Pundanhar. É através desta via que algumas populações conseguem chegar à vila-sede de Mueda, tida como a mais segura, neste momento, entre os distritos da zona norte e centro da província de Cabo Delgado.
Referir que é a terceira vez que os insurgentes atacam a vila-sede de Mocímboa da Praia, este ano, desde Março último, tendo destruído diverso património público e privado, entre eles, o Aeródromo local. (Carta)