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Economia e Negócios

A Triton Minerals celebrou um acordo de gestão de projecto com a Soluções De Desenvolvimento Sustentável (SDS), uma firma mocambicana, para acelerar o progresso dos seus projectos em Ancuabe e Cobra Plains em Cabo Delgado. A SDS ajudará a Triton com o envolvimento das partes interessadas, aconselhamento estratégico, aconselhamento de gestão, assistência com actividades de conformidade e desenvolvimento de projetos em geral.

 

A empresa oferece soluções diversificadas de engenharia e construção e também é especializada em saneamento de água. A SDS irá analisar especificamente os documentos legais para garantir que estão em harmonia com a lei moçambicana.

 

Embora o acordo tenha sido assinado no final de setembro, a SDS tem auxiliado a Triton desde julho, anunciou a empresa.

 

No total, o contrato equivale a 1 milhão de USD.

 

A concessão de Cobra Plains recebeu um direito de mineração de várias décadas pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia e Recursos em Agosto. A Plains possui um recurso inferido de 5,7 milhões de toneladas de carbono grafítico.

 

Entretanto, o projecto de Ancuabe possui um recurso mineral de 46 milhões de toneladas com 6,6 por cento de carbono grafítico total, sustentado por um estudo de viabilidade definitivo (DFS). A Triton pretende produzir concentrados de grafite de Ancuabe para venda nos mercados globais.

 

“Espera-se que os próximos 18 meses sejam cruciais na jornada da Triton para se tornar um produtor de grafite e estamos entusiasmados por ter a SDS nos ajudando enquanto trabalhamos incansavelmente para criar valor para nossos acionistas”, disse o diretor executivo da TON, Andrew Frazer.

 

“Ficámos extremamente impressionados com a experiência e as fortes redes da SDS em Moçambique. A SDS tem experiência com vários projetos de recursos e infraestrutura que acreditamos que irão ajudar muito a Triton à medida que continuamos a progredir no desenvolvimento de nossos projetos de grafite de classe mundial.”(The Market Herald)

Os exercícios, em curso em Luanda, capital angolana, organizados pela SADC, visam contribuir para o fortalecimento, consolidação, unidade e coesão dos países da região a nível táctico para operações de intervenção e aperfeiçoar os métodos logísticos das tropas nos cenários de conflitualidade.

 

Para altas patentes militares, um exercício de formação logística da Força em Estado de Alerta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), actualmente em curso, é uma preparação para eventos que vão desde a subversão e o terrorismo até à “grande manobra militar em grande escala”.

 

Esta foi a mensagem do Chefe do Estado-Maior do Secretariado da SADC, Brigadeiro Raymond Ndwandwe, aos responsáveis logísticos do bloco regional de onze países da África Austral, entre os quais Moçambique, que participam no Exercício Nguizani em Luanda.

 

Informou ainda aos participantes que o exercício era também uma oportunidade para as “forças aliadas” da SADC treinarem, exercitarem e aprenderem umas com as outras. Isto permitiria ao bloco regional assumir efectivamente o papel de capacidade de destacamento rápido continental (RDC) para operações de apoio à paz, conforme “previsto pela declaração do nono Comité Técnico Especial da UA (União Africana) sobre Defesa, Segurança e Protecção em Junho de 2016”.

 

A guerra química e as “complexidades das rivalidades tribais” também estão na agenda do exercício que começou na segunda-feira (25) devendo terminar no próximo dia 6 de Outubro. A operacionalização de forças em estado de alerta da SADC, “mecanismo de intervenção em situações de crise, continua a ser uma permanente preocupação da comunidade".

 

As manobras também visam aperfeiçoar os métodos logísticos das Forças Armadas da SADC, para responder aos complexos desafios presentes e futuros na conjuntura internacional e, em particular, na região, e preparar tropas para fazer face a reflexos de subversão até ao terrorismo.

 

Apoio à paz

 

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reconheceu que os exercícios desta dimensão "não acontecem facilmente” e, por isso, a estrutura de comando da SADC tem empenhado esforços de planeamento, desenvolvimento, preparação e execução do mesmo, para garantir que este responda às necessidades da região.

 

Raymond Ndwandwe explicou que, em termos gerais, a execução destes exercícios militares assenta na preparação dos comandantes das Forças Armadas para as operações, particularmente, actividades de apoio à paz, crises e conflitos.

 

"Exercícios como o da Logex asseguram que as forças da aliança podem trabalhar em conjunto de forma aberta sempre que necessário. Eventos como estes permitem que as forças aliadas da Comunidade e as organizações parceiras possam juntar-se para treinar, exercitar e aprender umas com as outras. Portanto, ao fazê-lo, o papel de capacidade de desdobramento será rápido, pelo menos, a nível continental para operações de apoio à paz, previstas na declaração do Comité Técnico Especial da União Africana sobre Defesa, Segurança e Protecção”, afirmou.

 

O também chefe de Estado Maior para o Planeamento da Força em Estado de Alerta da SADC acrescentou que essas actividades, que decorrem na capital angolana, devem basear-se nas lições aprendidas durante operações como a SAMIM, que junta as tropas do Ruanda no apoio a Moçambique para combater o terrorismo em Cabo Delgado, permitindo que os países da comunidade treinem segundo os mesmos padrões e se juntem facilmente às campanhas internacionais contra o terrorismo e outros desafios globais.

 

Exercício deve garantir capacidade de planificação

 

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reiterou que, para além dos outros objectivos, a Logex deve garantir que a região tenha capacidade de planificar, preparar, destacar e sustentar as forças, utilizando o sistema "empurra e puxa” durante as operações.

 

"As actividades do género permitem preparar a Força em Estado de Alerta da SADC, para fazer face aos acontecimentos sobre os efeitos da subversão e do terrorismo até às manobras militares em grande escala, desde as condições de uma guerra química até aos meandros das rivalidades tribais”, sublinhou.

 

Da mesma forma, frisou, à medida que os países envidam esforços para melhorar a capacidade operacional completa da Força em Estado de Alerta da SADC, neste caso, através da realização sucedida do Exercício Nguizani, espera-se, igualmente, que o efeito dos ganhos obtidos contribua para uma maior capacidade de resolução de conflitos na região e, por conseguinte, em todo o continente africano.

 

Por último, lembrou que a paz e a segurança continuam a ser um dos ingredientes indispensáveis para o desenvolvimento sócio-económico sustentável da região e que, a este respeito, de acordo com Raymond Ndwandwe, um mecanismo credível de resolução de conflitos sob forma de uma força de reserva da SADC eficaz e profissional é uma mais-valia para a prosperidade da África Austral.

 

Oficiais de logística e pessoal de apoio de Moçambique, Angola, Botswana, República Democrática do Congo (RDC), Lesoto, Malawi, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe participam no Exercício Nguizani em Luanda. (Defenceweb⁄Sadc)

A LAM vai passar a ligar Joanesburgo, na África do Sul, a Inhambane, capital da província com o mesmo nome, um dos principais pontos turísticos de Moçambique, anunciou ontem a companhia aérea estatal.

 

De acordo com informação comercial divulgada pela transportadora aérea, o primeiro desses voos diretos acontece já esta sexta-feira, operando a companhia ainda ligações às quartas-feiras e aos domingos.

 

Em agosto, aquando do anúncio da retoma desta ligação, a ministra da Cultura e do Turismo sublinhou a importância desta rota, por se tratar do “principal destino de lazer” em Moçambique.

 

“Este retorno das Linhas Aéreas de Moçambique neste percurso é mais que acertado, dada a sua relevância na cadeia de valor para a consolidação e promoção do turismo nacional, pois, com a sua intervenção, abrem-se melhores perspetivas para o envolvimento e estímulo de mais intervenientes moçambicanos no turismo”, destacou Eldevina Materula.

 

Com 700 quilómetros de linha de costa com praias de águas cristalinas e dunas costeiras verdes, a província de Inhambane conta com 789 empreendimentos turísticos, segundo os números apresentados pela ministra, sublinhando que estes empregam “cerca de 7.000 trabalhadores, contribuindo com cerca de 10% do total de 8.154 empreendimentos e 70.718 trabalhadores” do setor em todo o país.

 

A moçambicana LAM prevê ainda retomar, em 20 de novembro, os voos de Maputo para Lisboa, anunciou anteriormente o administrador da empresa sul-africana que o Governo de Moçambique colocou desde abril a gerir a companhia de bandeira.

 

“Estamos a prever retomar essa rota a 20 de novembro. É vital e vai mudar o rosto da companhia”, afirmou em 14 de setembro, num encontro com jornalistas, em Maputo, o diretor-executivo da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous.

 

A LAM já tinha assumido anteriormente que está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e horários de gestão de ‘slot’, para onde deixou de voar desde 2012, tendo então perdido essas licenças.

 

Theunis Crous acrescentou que a companhia já negociou também o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente para a África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.

 

“É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável”, insistiu.

 

Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.

 

A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.(Lusa)

O governo moçambicano espera produzir cerca 30 mil toneladas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), ou seja, gás de cozinha, a partir de 2024, anunciou o ministro de Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias.

 

Segundo o governante, isso permitirá uma redução em cerca de 60 por cento das importações, permitindo, deste modo, o uso dos recursos financeiros em outras áreas prioritárias para a economia nacional.

 

“Em relação à Bacia de Moçambique, importa destacar a alocação do gás do PSA [Projecto de Partilha e Produção de Gás Natural] e reafirmar que, a partir de 2024, Moçambique passará a produzir, anualmente, cerca de 30 mil toneladas de GPL”, disse Carlos Zacarias.

 

O ministro falava na quarta-feira (27) durante a abertura da 8ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, um evento realizado em Maputo.

 

À luz dos avanços que o país regista no sector energético, o ministro diz que o governo já está a adoptar mecanismos para a redução das emissões de carbono e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

 

Nesse contexto, disse o ministro, o gás natural, em particular, fornece uma alternativa de transição energética segura, devidos as suas vantagens como uma fonte energética menos poluente.

 

“Importa, também, dizer que a nossa matriz energética é, em grande percentagem, limpa. Aliás, Moçambique contribui muito pouco para as emissões globais”, acrescentou.

 

Segundo refere o ministro, Moçambique tinha uma capacidade instalada para a produção de cerca de três mil megawatts, dos quais 62 por cento de fontes hídricas, gás natural (15), solar (03) e o remanescente provinha de outras fontes tais como a biomassa.

Empreendimento Coral Sul perto de 100 por cento da sua capacidade instalada

O ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, disse ainda que o empreendimento para a exploração de Gás Natural Liquefeito (GNL), Coral Sul, que opera na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, já atingiu 90 por cento da sua capacidade instalada. 

 

Segundo o ministro, foi concluído na última terça-feira (26) o 28º e último carregamento de GNL produzido naquela plataforma, que tem como principais mercados a Europa, Ásia, incluindo o Médio Oriente. Disse ainda que o feito impulsiona o crescimento económico do país, através de ganhos gerados pela colecta de impostos.

 

O governante destacou a importância dos empreendimentos para a produção de gás natural, nomeadamente em Pande e Temane, ambos localizados na província meridional de Inhambane e o Coral sul FLNG, afirmando que estão a alavancar a economia, pois, para além da exportação, parte da produção é também usada a nível interno, na indústria e geração de electricidade.

 

Por isso, disse o governante, o governo moçambicano vai continuar a garantir a abertura do país ao investimento nacional e estrangeiro na área de energia. Em função do bom desempenho da indústria de gás natural, volvidos cerca de oito anos de avanços e recuos, o crescimento da economia nacional pode, facilmente, voltar para a fasquia dos sete por cento.

 

Moçambique exportou o seu primeiro carregamento de LNG em Novembro do ano passado, extraído da sua plataforma FLNG Coral Sul, que possui uma capacidade de liquefacção de gás de 3,4 milhões de toneladas métricas/ano e irá colocar em produção 450 biliões metros cúbicos de gás do campo Coral Sul, localizado na bacia offshore da Rovuma, em Cabo Delgado. A BP irá comprar todo o GNL produzido no FLNG como parte de um contrato de 20 anos.

 

A Eni descobriu enormes depósitos de gás natural no campo Coral Sul, Área 4, em 2012. É a operadora com uma participação indirecta de 50 por cento, através da Eni East Africa, a qual detém uma participação de 70 por cento na Área 4.

 

A Kogas, a Galp e a ENH detêm uma participação de 10 por cento cada no projecto, enquanto a China National Petroleum Corporation (CNPC) detém uma participação indirecta de 20 por cento através da Eni East Africa. (AIM)

Moçambique caminha a largos passos para a implementação do Programa de Avaliação da Conformidade (PAC), aprovado em Fevereiro de 2022, pelo Conselho de Ministros, com o objectivo, entre outros, de proteger o consumidor de práticas de comércio desleal. O Programa já devia estar em implementação desde o dia 14 de Julho de 2023, mas a falta de clareza do processo tem levado os empresários a travar o “negócio” ganho pela INTERTEK.

 

Entre os aspectos que preocupam o sector privado estão as taxas definidas pelos Ministros da Indústria e Comércio e da Economia e Finanças a serem aplicadas pela INTERTEK (empresa contratada pelo Instituto Nacional de Normalização e Qualidade para implementar o Programa) sobre os produtos a serem importados, no âmbito do PAC.

 

De acordo com o anexo I do Diploma Ministerial n.º 98/2023, de 14 de Julho, para a certificação de exportações ocasionais e/ou produtos usados, os agentes económicos deverão pagar uma taxa de 0.50% sobre o respectivo valor FOB (valor pago pelo agente económico pela compra e importação do produto), sendo que o mínimo exigido são 250 USD e o máximo 2.750 USD. Isto é, caso o valor apurado pela certificação seja de 100 USD, o importador deverá pagar 250 USD e no caso em que o valor é de 3.000 USD, o agente económico deverá pagar 2.750 USD.

 

Aos exportadores frequentes, a taxa cobrada pela certificação é de 0,45%, sendo que o mínimo exigido também é de 250 USD e o máximo fixado é, igualmente, de 2.750 USD. Por sua vez, os exportadores ou fabricantes com altos volumes de frequência deverão pagar uma taxa de 0,25%, sendo que o mínimo exigido também é de 250 USD e o máximo é de 2.750 USD.

 

No entanto, pela certificação do produto em solo pátrio, o importador deverá pagar 0.80% do valor FOB, sendo que o mínimo é de 500 USD e o máximo estipulado é de 5.000 USD. A referida taxa é definida como “sanção”, pois a certificação deve ser realizada ainda no país de origem do produto e não durante o desembaraço aduaneiro nas fronteiras ou portos moçambicanos.

 

Já o anexo II do mesmo documento refere que, para o registo ou emissão de licença, os agentes económicos deverão pagar um valor fixo anual de 1.000 USD pelos primeiros 15 produtos, sendo que, do 16º produto em diante, os importadores deverão pagar 50 USD por cada produto (valor anual).

 

As taxas, sublinhe-se, são aplicadas a produtos com valor FOB superior a 2.000 USD e incidem sobre produtos sujeitos ao controlo obrigatório, de acordo com o anexo do Decreto n.º 8/2022, de 14 de Março.

 

Os valores não são do agrado dos empresários, que os consideram penalizadores. À “Carta”, o Instituto Nacional de Normalização e Qualidade (INNOQ), entidade pública responsável pela implementação do Programa, explica que as taxas foram definidas em função dos valores que são aplicados nos países que implementam normas de avaliação de conformidade.

 

Segundo o Director-Geral do INNOQ, Geraldo Albasini, no processo de aprovação das taxas, o Governo não foi muito além daquilo que é a prática regional. “A média regional é de 287 USD, no mínimo, enquanto nós cobramos 250 USD”, afirma, assegurando que foram feitas simulações para se apurar o impacto das taxas no preço a ser cobrado ao consumidor final.

 

“Por exemplo, numa importação de três toneladas de farinha de milho, com a implementação do PAC, o agente deverá aumentar 4,00 Meticais em relação ao preço actual. Se for uma importação de 30 toneladas, a variação no pacote de farinha de milho será de 1,00 Metical. Significa que, quanto maior for o valor FOB, menor será o impacto da certificação”, defende.

 

As taxas deverão ser pagas à INTERTEK, empresa contratada pelo INNOQ para operacionalizar o PAC durante os próximos 10 anos. Lembre-se que a INTERTEK foi adjudicada (sem concurso público), em Agosto de 2019, um milionário negócio de inspecção pré-embarque pela Presidente da Autoridade Tributária, Amélia Muendane, no valor de 34 milhões de USD. O contrato seria rompido quatro meses depois, sem qualquer esclarecimento público.

 

Para o caso do PAC, garante o Director-Geral do INNOQ, houve concurso público internacional e a INTERTEK foi apurada por ter demonstrado estar capacitada para realizar o trabalho. Defende que a empresa possui diversos escritórios pelo mundo, facto que lhe confere capacidade para cumprir o seu mandato (de certificar os produtos importados por agentes económicos nacionais) em qualquer parte do mundo.

 

De acordo com o número 1 do artigo 5 do Diploma Ministerial n.º 98/2023, de 14 de Julho, 60% da receita proveniente da cobrança de taxas inerentes aos serviços de implementação do PAC deverá ser canalizada para o INNOQ e 40% para o Orçamento de Estado.

 

“Carta” quis saber do INNOQ quanto a INTERTEK vai encaixar do negócio, ao que teve a seguinte explicação: “o Governo não tem nenhum custo, pois, não vai pagar nada à INTERTEK. Pelo contrário, o Governo vai ganhar por aquilo que a INTERTEK vai fazer. A INTERTEK vai pagar 20% [da receita gerada] ao INNOQ e, deste valor, uma parte fica para o funcionamento do INNOQ [60%] e outra [40%] vai para o Orçamento de Estado”, disse Geraldo Albasini.

 

“Não haverá duplicação de processos”

 

Para além das taxas, preocupa também o sector privado a ausência de uma marca nacional de conformidade que, na sua visão, poderá garantir a redução de custos e impactos negativos nas suas operações comerciais “por se afigurar de fácil uso”. Igualmente, mostra-se preocupado com a aparente duplicação de processos de certificação em alguns produtos, como é o caso de importações agrícolas e agropecuárias.

 

O Director-Geral do INNOQ explica que a avaliação de conformidade é evidenciada através de um certificado ou de uma marca, sendo que, actualmente, o INNOQ optou pelo certificado por ser menos oneroso. “Os custos associados são relativos à avaliação da conformidade para a emissão de um certificado. O Decreto diz que a avaliação é evidenciada por uma marca ou um certificado e nós optamos por um certificado por ser um processo menos complexo e menos oneroso para o agente económico, pois, se optarmos pela obtenção da marca da conformidade, o processo é mais complexo e mais oneroso”, defendeu Albasini.

 

Geraldo Albasini explica ainda que em nenhum momento haverá duplicação de processos, visto que, para as actividades cuja avaliação de conformidade é feita por outras entidades, manter-se-ia essa competência para essas entidades. Porém, garante haver outras situações em que apenas há complementaridade do processo.

 

“Por exemplo, o sector da agricultura já emite um certificado fitossanitário, mas não faz avaliação de conformidade, de acordo com os parâmetros que constam de uma norma técnica, pelo que deverá haver um trabalho de complementaridade”, esclarece.

 

Os empresários querem saber, igualmente, como serão tratados os produtos importados e que já ostentam certificados de conformidade com normas internacionais, visto que grande parte das exigências do INNOQ têm origem nas normas da Organização Internacional de Padronização (ISO) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

Albasini explica que as normas da ISO, OMC, Codex Alimentarius e entre outras, são universais e que devem ser adoptadas por cada país, na sua generalidade, e adaptadas à realidade de cada Estado, nas situações em que há necessidade de alteração dos parâmetros. Por isso, garante que, nas situações em que os parâmetros se assemelham, serão aplicadas normas internacionais.

 

Porém, “os produtos de fortificação obrigatória, que são a farinha de milho, farinha de trigo, açúcar, sal e o óleo alimentar, devem obedecer às normas moçambicanas, porque é nas normas moçambicanas em que se encontram os parâmetros dos micronutrientes que devem ser proporcionados, tendo em conta os níveis de desnutrição crónica que o país apresenta”, explica.

 

“Temos tido problemas com empresas sul-africanas que dizem já ter a farinha fortificada na base das normas sul-africanas, mas que os parâmetros se diferem das nossas. É por isso que, às vezes, temos tido situações de apreensão de mercadoria por causa desse aspecto. Existe uma entidade para verificar os dados da embalagem e não se basear apenas no rótulo”, atirou.

 

Segundo o Director-Geral do INNOQ, o PAC tem três pressupostos principais: a questão de soberania (que pressupõe o cumprimento obrigatório da legislação e normas técnicas moçambicanas); questão estatutária (cumprimento da competência do INNOQ de verificar a conformidade de produtos nacionais e importados); e o respeito pelas entidades que produzem a legislação e respectivas normas.

 

“Por isso, recomendamos aos empresários para trabalharem com a INTERTEK a fim de se inteirar dos procedimentos, antes mesmo do arranque do processo”, defende a fonte, garantindo que o INNOQ já realizou seminários com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), com objectivo de divulgar o PAC.

 

Refira-se que o INNOQ é um instituto público tutelado, sectoriamente, pelo Ministro da Indústria e Comércio e, financeiramente, pelo Ministro da Economia e Finanças. A instituição tem como missão produzir normas técnicas moçambicanas; certificar produtos e sistemas de gestão; calibrar e verificar instrumentos de medição; e fazer a avaliação da conformidade. Igualmente, funciona como ponto de notificação e inquérito das barreiras técnicas ao comércio da OMC. (Abílio Maolela)

O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, qualificou a 8ª Cimeira e Exposição de Gás & Energia de Moçambique (MGES) como um evento de “descoberta de oportunidades”, decorrendo num momento em que, “a nível global, soluções são procuradas globalmente para garantir energia limpa”.

 

O evento de dois dias começou esta quarta-feira (27) e decorre sob o lema “Desenvolver o Sistema Integrado de Energia Sustentável de Moçambique”. Reúne representantes governamentais, líderes da indústria, incluindo gestores nacionais e internacionais de empresas de energia, empresas petrolíferas nacionais e internacionais e pequenas e médias empresas (PME) do sector, entre outras, para discutir políticas e estratégias de desenvolvimento de projectos no contexto da transição energética global.

 

“Acreditamos que este é o melhor momento para reflectir e trocar conhecimentos e experiências e partilhar perspectivas sobre um sistema sustentável que estimule o desenvolvimento económico do país”, afirmou o Ministro Zacarias na abertura oficial do evento.

 

O ministro destacou que a política e estratégia do governo estabelecem princípios e objectivos para aumentar o acesso à energia e melhorar a qualidade e segurança do abastecimento.

 

“É neste sentido que, para explorar as fontes existentes e aumentar o acesso aos serviços energéticos modernos, estimados em cerca de 50%, temos incentivado e adoptado soluções para aumentar os níveis de produção e potenciar o papel de Moçambique como rede energética”, disse Zacarias.

 

O Ministro dos Recursos Minerais e Energia destacou neste contexto a relevância do Projecto Coral Sul na Bacia do Rovuma. “O gás natural liquefeito produzido em Moçambique abastece os mercados asiático, europeu e do Médio Oriente, gerando ganhos através de impostos e taxas diversas. É importante destacar que, a partir de 2024, Moçambique produzirá anualmente cerca de 30 mil toneladas de gás natural liquefeito”, observou.

 

Carlos Zacarias acrescentou que uma grande percentagem do mix energético de Moçambique é limpo. “Em 2022, por exemplo, a capacidade total de produção instalada foi de 3.026 megawatts, sendo 72,43% provenientes de fontes hídricas, cerca de 15% de gás natural, três por cento de fontes solares e o restante cerca de 10% de outras fontes como biomassa e diesel”, concluiu o Ministro Zacarias. (O Econômico)

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