Os oleiros moçambicanos que reivindicam o pagamento de indemnizações pela companhia mineira Vale manifestaram hoje "satisfação" com o "compromisso" assumido na quarta-feira pela empresa de estudar o assunto, disse à Lusa o representante do grupo.
"Do encontro de antes de ontem [quarta-feira] já saímos satisfeitos, porque a empresa comprometeu-se a analisar o nosso problema. A reunião correu bem e de uma forma calma", afirmou Nordino Timba Chaúme, representante dos oleiros.
Chaúme elogiou ainda o facto de o representante da companhia de exploração de carvão, presente na reunião, se ter comprometido com um novo encontro com os oleiros na próxima quarta-feira, na vila de Moatize, distrito de Tete, centro do país, contrastando com o alegado desinteresse que a empresa manifestava antes.
"Não sabemos o que é que a empresa nos virá dizer na próxima quarta-feira, mas temos esperança de que assuma que deve pagar as suas obrigações", acrescentou.
O representante dos oleiros adiantou que uma das pessoas feridas a tiro num tumulto com a polícia na sexta-feira, dia 07, continua internada no Hospital Provincial de Tete.
A criança que também foi atingida por uma bala no joelho está em casa, acrescentou o representante dos oleiros.
O tumulto aconteceu quando a polícia dispersou oleiros e camponeses que esperavam por uma reunião com representantes do Governo sobre a exigência de pagamento de indemnizações.
Apesar do otimismo depois da reunião desta quarta-feira, o representante dos oleiros criticou o que classifica como campanha de intimidação levada a cabo pelas autoridades contra as pessoas que manifestam insatisfação com a forma como têm sido tratados os direitos das comunidades afetadas pelo projeto de extração de carvão da Vale.
"Chegou a haver casos de pessoas que não dormiam nas suas casas, porque tinham medo que a polícia fosse lá pedir contas por falarem dos seus direitos contra a Vale", declarou.
Nordino Timba Chaúme frisou que os oleiros exigem o pagamento de indemnizações por terem sido obrigados a abandonar os locais onde fabricavam tijolos para dar lugar às instalações da mina de carvão, em Moatize.
A mesma reivindicação é também feita por um grupo de camponeses que perdeu as suas terras por causa do empreendimento mineiro.
A Lusa contactou o porta-voz do comando da polícia na província de Tete, Feliciano da Câmara, que disse que a corporação vai pronunciar-se "oportunamente" sobre o assunto.(Lusa)
O início de voos da companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, conhecida como Emirates Airlines, falhou em Junho e Agosto passados, devido à crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Quase um ano após o anúncio, nesta quarta-feira, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), João de Abreu, deu a entender que ainda não há data para aquela companhia iniciar voos em Moçambique.
Falando à margem da apresentação do relatório da saída da pista do aeroporto de Quelimane, em Fevereiro último, de um avião da companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), De Abreu disse, porém, que a companhia sempre esteve na disponibilidade de iniciar, mas por causa das medidas adoptadas em todo o mundo para conter a propagação da Covid-19, maior parte das companhias se retraiu.
“Mas nós estamos convencidos de que se houver imunidade de grupo elevada, provavelmente a maior parte das companhias regressarão ao nosso mercado”, disse o PCA do IACM.
O plano da Emirates, uma das maiores e principais companhias do mundo, consiste em fazer voos a partir de Dubai, sede da empresa, escalando Maputo, com destino a Gaberone, no Botswana. (Evaristo Chilingue)
Depois de “Carta” ter reportado, em Novembro último, que as comunidades do Posto Administrativo de Mapulanguene, no distrito de Magude, não recebiam o valor referente aos 20% provenientes das receitas de exploração da fauna bravia, naquele ponto do país, eis que as autoridades moçambicanas decidiram canalizar pouco mais de 800 mil Meticais às comunidades de Kumane e Capitine.
Assim, a Associação da Comunidade de Kumane recebeu 418.981,50 Meticais, enquanto a Associação Comité de Gestão de Recursos Naturais Nwana Deza de Capitine encaixou 386.050,00 meticais, valores provenientes das receitas de exploração de recursos faunísticos nas fazendas de bravio, localizadas naquele ponto do país.
A entrega do dinheiro aconteceu esta terça-feira, em Magude, numa cerimónia dirigida pela Secretária de Estado na província de Maputo, Vitória Diogo, que reconheceu ser um valor há muito aguardado pelas comunidades.
Para Vitória Diogo, o acto abre uma nova etapa na relação entre o Estado e aquelas comunidades, esperando que estas identifiquem a área de aplicação do valor. Diz esperar ainda que o fundo não seja fonte de conflito entre os membros da comunidade, mas “de união, alegria e paz”.
Entretanto, Marcelino Foloma, Gestor de Programas de Fauna Bravia no Fundo Mundial da Natureza, defende que as comunidades devem estar preparadas, organizadas, formadas e informadas para que possam continuar a receber os fundos e saberem aplicar nas suas prioridades. (Omardine Omar, em Magude)
A apreciação da moeda nacional, o Metical, pode ter sido de pouca dura. Ultimamente, um Dólar norte-americano (USD) quase custa 60,00 Meticais, saindo de 55,00 Meticais. Em quase dois meses de apreciação (Março e Abril), o valor da moeda nacional cresceu de 75,00 Meticais para 54,00 Meticais, por USD. Entretanto, nos últimos dias, desde finais de Abril passado, a tendência é contrária.
Embora a passos lentos, o Dólar tende a roubar, novamente, o valor da nossa moeda. Em concreto, 1,00 USD custa 58,00 Meticais a compra e 59,00 Meticais a venda, de acordo com o câmbio do dia do Banco de Moçambique.
A tendência de depreciação do Metical também se verifica em relação ao Euro e Rand. 1,00 Euro custa 70,00 Meticais, saindo dos 66,00 Meticais. 1,00 Rand compra-se a 4,00 Meticais, saindo de 3,80 Meticais.
Embora a valorização do Metical fosse, em certa medida, benéfica para a economia e soberania nacionais, nos últimos dias, a situação tende a reverter-se. E, projecções feitas recentemente pela Fitch Solutions, uma instituição internacional de notação financeira, indicam que a moeda nacional poderá desvalorizar-se e atingir os 74,00 Meticais até ao final deste ano. (Evaristo Chilingue)
A Vale Moçambique investiu, no ano passado, mais de 290 milhões de Meticais na aquisição de produtos e serviços em empresas nacionais, refere uma nota de imprensa recebida na nossa Redacção.
De acordo com a fonte, o investimento, cujo objectivo é reforçar a aposta no conteúdo local, corresponde a 17% do total da verba direccionada às despesas da mineradora. “Com base no seu compromisso com o conteúdo local, a Vale permite que haja uma maior inclusão na cadeia de valor das empresas estabelecidas, em Moçambique, promovendo um desenvolvimento sustentável que beneficia a economia local”, refere a nota.
O documento realça que pelo menos 52% dos fornecedores contratados em 2020 são empresas locais que, com o apoio da Vale, melhoram gradualmente a qualidade dos produtos e serviços que fornecem à empresa. Lembra que todos os anos a mineradora realiza o ‘Vale Day’, uma iniciativa destinada a fornecedores e potenciais fornecedores para que possam visitar e conhecer as instalações da empresa, bem como todo o processo que envolve a produção do carvão mineral.
“Em 2020, a Vale Moçambique convidou 100 gestores de Pequenas e Médias Empresas nacionais para participarem de duas sessões virtuais com o propósito de dar a conhecer o seu processo produtivo, acções sociais, de conteúdo local e de sustentabilidade, oportunidades de refeitório, cadastro e cadeia de suprimentos”, acrescenta o comunicado.
Em termos de investimentos, a nossa fonte revela que, nos últimos 15 anos, injectou mais de 12 biliões de USD na sua operação em Moçambique, tendo garantido cerca de 20 mil postos de trabalho. Actualmente, a empresa dá empregos a 13 mil trabalhadores, directos e indirectos. (Carta)
Dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Abril findo, nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula indicam que o país registou uma deflação (queda de preços) na ordem de 0,03%, em comparação com o mês de Março.
Em comunicado de imprensa, a autoridade estatística nacional detalha que a divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi a de maior destaque, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,25 pontos percentuais (pp) negativos.
No concernente à variação mensal por produto, o INE constatou a queda do preço do tomate (5,8%), do peixe seco (3,3%), do camarão fresco (12,3%), do repolho (8,9%), do coco (3,2%), da alface (5,1%) e da couve (4,5%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,36pp negativos.
“No entanto, alguns produtos com destaque para as motorizadas (10,8%), a cebola (8,7%), a galinha viva (6,0%), as capulanas (1,9%), o óleo alimentar (2,2%), às refeições completas em restaurantes (0,4%) e as geleiras (4,0%) contrariam a tendência de queda, ao contribuírem com cerca de 0,35pp positivos”, observou o INE.
Comparativamente a igual período do ano anterior, a nossa fonte refere que o país registou, no mês em análise, um aumento de preços na ordem de 5,19%, tendo as divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de bebidas alcoólicas e tabaco sido as que registaram maior variação de preços com cerca de 11,23% e 9,69%, respectivamente.
Analisando a variação mensal pelos três centros de recolha, que servem de referência para a variação de preços do país, a autoridade notou que as cidades de Maputo e da Beira registaram quedas de preços, na ordem de 0,17% e 0,45% negativos, respectivamente.
No entanto, de acordo com a nossa fonte, a Cidade de Nampula teve um comportamento contrário, ao registar um aumento de preços na ordem de 0,58%. Comparativamente à variação acumulada, a Cidade da Beira teve a maior subida do nível geral de preços com cerca de 4,38%, seguida das Cidades de Maputo com 3,25% e de Nampula com 2,95%. (Carta)