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segunda-feira, 14 março 2022 09:24

Guerra na Ucrânia: Embaixador norte-americano apela à solidariedade moçambicana

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia continua na ordem do dia, em todo o mundo, devido ao drama humanitário que se vive na Ucrânia e um pouco por toda a Europa, por um lado, e pelo impacto económico que está a causar na economia mundial, por outro.

 

Com o mundo dividido entre a condenação à ofensiva russa e o “aparente” apoio a Vladimir Putin (presidente russo), o Embaixador norte-americano em Maputo, Peter H. Vrooman, pede a solidariedade do povo moçambicano para com o povo ucraniano, a maior vítima deste conflito.

 

Em comunicado de imprensa enviado à nossa Redacção na passada sexta-feira, o Chefe da diplomacia norte-americana em Moçambique invoca as palavras do primeiro Presidente da República, Samora Moisés Machel, para apelar aos moçambicanos a serem solidários com os ucranianos.

 

“Recordo-me do que disse o primeiro Presidente Samora Machel, no Hospital Central de Maputo, em 1976: «A solidariedade internacional não é um acto de caridade: É um acto de unidade entre aliados que lutam em terrenos diferentes para o mesmo objectivo... A solidariedade não tem raça, nem cor e o seu país não tem fronteiras». Esta ideia é tão importante agora, como era na altura”, considera Vrooman.

 

Segundo o Embaixador norte-americano, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, mergulhou o continente Europeu numa guerra “na esperança de reavivar um império à custa de vidas civis”. “Tanques russos avançaram através da fronteira da Ucrânia, destruindo escolas, casas, e hospitais, edifícios governamentais, e patrimónios históricos”, diz Peter Vrooman, chamando Vladimir Putin de mentiroso.

 

“Putin mente ao seu próprio povo, aos seus próprios soldados e ao mundo para tentar desculpar-se da guerra que ele começou. E ao lançar um ataque brutal e não justificado ao povo da Ucrânia, Putin também cometeu um ataque brutal aos princípios que sustentam a solidariedade global”, sublinha.

 

Aliás, na sua mensagem, Vrooman lembra aos moçambicanos que os Estados Unidos da América são responsáveis por grande parte do investimento na área da saúde, no quadro da solidariedade entre os dois povos.

 

“A solidariedade entre o povo americano e o povo moçambicano permitiu que reduzíssemos quase para metade o número de mortes por HIV/SIDA. Estamos a financiar a assistência humanitária às pessoas deslocadas em Cabo Delgado. Há três anos, respondemos em solidariedade com as populações de Manica, Sofala e outras províncias com ajuda, alimentos e água para as vítimas dos Ciclones Idai e Kenneth. Somos o maior doador de vacinas contra a COVID-19 através da iniciativa COVAX da comunidade internacional. A nossa solidariedade continua porque é um factor de aproximação entre os povos. Agora, olhemos mais a norte onde a solidariedade internacional é também necessária. (…) Devemos estar juntos com a Ucrânia”, diz Vrooman.

 

Refira-se que Moçambique consta da lista dos países que ainda se mantêm neutros em relação ao conflito, que teve seu início no passado dia 24 de Fevereiro. Na semana finda, Moçambique absteve-se do voto na Assembleia Geral da ONU, que aprovou a resolução que condena a invasão russa na Ucrânia. Entre as causas do conflito, sublinhe-se, está a expansão da NATO (liderada pelos Estados Unidos da América) pelo leste europeu, constituindo uma verdadeira ameaça militar para o Governo russo. (Carta)

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