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13 de Agosto, 2018

O estranho silêncio de Agostinho Vuma

No evento sobre oportunidades locais da Anadarko em Pemba causou estranheza o silêncio da CTA, o maior lobby empresarial organizado de Moçambique. Vuma entrou na enorme tenda instalada num recanto do Pemba Beach Hotel calado.

E saiu mudo! O Presidente da CTA não ter aberto a boca num evento estruturante para o sector privado é um grande mistério. No programa distribuído antecipadamente, ele estava escalado para falar entre a intervenção de Dean Pittman (Embaixador dos EUA em Maputo) e a do Presidente Filipe Nyusi. Mas Vuma não foi chamado pela deslumbrante voz de Esperança Macovela, a antiga cara de TV tornada assessora de comunicação na ENH.

O dono do encontro de Pemba era a Anadarko mas o Instituto Nacional de Petróleo (INP) teve mão na sua organização. Tentativas para falar com pessoa relevante da Anadarko foram infrutíferas. O conglomerado do sector privado nacional não foi chamado a dar sua visão sobre as oportunidades locais da Anadarko e como ele tem vindo a se estruturar para agarrá-las. Para além das intervenções circunstanciais de empresários como Dixon Chongo (representando a Câmara de Despachantes Oficiais), de Juanaid Lalgy (da Transportes Lalgy, torcendo o nariz relativamente ao bolo prometido de 2,5 bilhões; para ele os moçambicanos mereciam mais), Ana Cruz (do CEP de Cabo Delgado, solicitando que a Anadarko pague a pronto pagamento as facturas dos operadores locais e não demore mais de um mês como tem sido prática), e Sérgio Cunha (da Tintas CIN, denunciando uma situaçâo de discriminaçâo negativa num concurso especifico da Anadarko), não foi conhecida uma posição oficial da CTA.

O silêncio de Vuma foi mesmo um mistério. Depois de tentar, não consegui estabelecer contacto com Carlos Zacarias. o PCA do INP. Nunca a CTA tinha sido relegada a um plano secundário num evento público que envolve o seu interesse. A confederação continua a ser o interlocutor privilegiado do Governo no diálogo público-privado em Moçambique. Também é ela quem organiza missões empresariais em coordenação com o executivo. O próprio evento de Pemba beneficiou de uma mobilização da CTA, que organizou com voo charter levando de Maputo mais de 100 empresários e alguns membros do Governo.

Ninguém na CTA estava disponível para explicar as razöes por que Vuma nâo subiu ao pódio na tenda em Pemba. Ele que no final do seminário disse a uma televisão local que, para a CTA, um dos outcomes esperados do evento seria a criação de uma espécie de Joint Steering Committee, envolvendo a Anadarko, a CTA, o IPEME, o INOQ, o INFP e outras entidades relevantes, com a missão (a do Committee) de traçar um road map de acções de parte a parte visando garantir que as oportunidades locais da Anadarko permaneçam cá dentro de Moçambique.

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