Os desembolsos de empréstimos externos a Moçambique caíram para 120 milhões de dólares (110 milhões de euros) no primeiro trimestre, menos de metade face ao igual período de 2022, segundo dados do banco central compilados pela Lusa.
De acordo com dados de um relatório estatístico do Banco de Moçambique, relativo ao primeiro trimestre, esta evolução “reflete uma redução na contratação de dívida externa”, globalmente de 55,8%, tendo em conta os desembolsos totais de 271,5 milhões de dólares (248,8 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022.
O documento, deste mês, explica que os desembolsos de empréstimos externos à Administração Central, para o setor público, caíram 63,2% em termos homólogos, para 12,9 milhões de dólares (11,8 milhões de euros), neste caso “devido à redução registada nos créditos multilaterais para projetos (53,6%), maioritariamente desembolsados pela International Development Agency”, que contraíram 92,8%.
No setor privado registou-se “uma redução do endividamento”, em 54,7% face ao primeiro trimestre de 2022, para 107,1 milhões de dólares (98,5 milhões de euros), “determinado, principalmente, pela diminuição da procura de recursos financeiros externos por parte dos GP [Grandes Projetos] em 100%”.
“Num contexto em que os empréstimos externos contratados por ‘Outros Setores da Economia’ incrementaram em 9,9%, com ênfase para o ramo de transportes e comunicações e de agroindústria”, explica ainda o relatório do Banco de Moçambique.
O documento acrescenta que as responsabilidades e obrigações financeiras com o serviço da dívida externa – que incluem pagamento de capital e juros – “incrementaram em 35,4%” no primeiro trimestre de 2023, somando 230,9 milhões de dólares (212,2 milhões de euros), justificado pelo aumento dos pagamentos do Estado, em 213,2 milhões de dólares (196 milhões de euros), e do setor privado, em 17,7 milhões de dólares (16,3 milhões de euros), o que corresponde a um aumento de 29,7% e mais de 100%, respetivamente.
O Estado moçambicano fechou o primeiro trimestre com um ‘stock’ de dívida pública total de quase 14.490 milhões de dólares (13.141 milhões de euros), uma ligeira de redução, de 0,1%, face ao último trimestre de 2022. De acordo com o balanço económico e social da execução do Orçamento do Estado de janeiro a março de 2023, do Ministério da Economia e Finanças, o 'stock' da dívida externa mantém “a tendência de estabilização”, tendo até “reduzido em 2%”, para o equivalente a 634.972 milhões de meticais (9.015 milhões de euros).
O Governo moçambicano aprovou anteriormente a denominada Estratégia de Gestão da Dívida pública 2023-2026, que orienta as opções de endividamento ao longo dos próximos anos e para “trazer os limites para os indicadores de sustentabilidade da dívida na contração de créditos".
Prevê, ao nível de dívida externa, “privilegiar o financiamento na modalidade de donativos” e “na modalidade de créditos altamente concessionais para projetos rentáveis”, enquanto na dívida interna a prioridade passa por “privilegiar a emissão de Obrigações de Tesouro de maturidade longa”.(Lusa)
Os lucros do BCI, Millennium BIM e Standard Bank, os três maiores bancos moçambicanos, cresceram 04% no primeiro semestre, face a 2022, para o equivalente a 58,5 milhões de meticais (835 mil euros) por dia, segundo dados oficiais.
De acordo com dados compilados pela Lusa a partir das demonstrações financeiras do período de 01 de janeiro a 30 de junho daqueles bancos, que representam cerca de 70% do mercado bancário do país, os três, juntos, somaram em seis meses de 2023 lucros superiores a 10.636 milhões de meticais (153 milhões de euros).
Este desempenho representa um crescimento de 4,2% face a junho de 2022, que representou na altura lucros de mais de 10.209 milhões de meticais (147 milhões de euros).
O Standard Bank Moçambique (do grupo sul-africano Standard Bank) liderou entre os lucros do primeiro semestre, ao apresentar um resultado líquido do exercício de mais de 3.816 milhões de meticais (54,3 milhões de euros), mais 17,3%, seguido dos ‘portugueses’ BCI, com 3.453 milhões de meticais (49,1 milhões de euros), menos 6,6% face a 2022, e Millennium BIM, com praticamente 3.367 milhões de meticais (47,9 milhões de euros), mais 3,2%.
Ainda de acordo com os dados compilados pela Lusa, o volume dos depósitos a cargo dos três maiores bancos de Moçambique caiu 4,1% entre 31 de dezembro e 30 de junho último, para cerca de 265.736 milhões de meticais (3.777 milhões de euros), enquanto o ativo total cresceu ligeiramente, quase 1%, para mais de 362.352 milhões de meticais (5.151 milhões de euros) e o passivo aumentou 2,5%, para 304.368 milhões de meticais (4.326 milhões de euros).
O Banco de Moçambique anunciou em abril que aqueles três bancos mantêm-se como as instituições de crédito de importância sistémica, tal como a avaliação feita em 2022.
O resultado da avaliação, que o banco central deve divulgar anualmente até final de abril, refere que no rácio que mede a importância para o setor, rotulada com a sigla inglesa D-SIB, o BCI encabeça a lista com 253 pontos, seguindo-se o Millennium BIM com 238 e o Standard Bank com 131.
O Banco Comercial e de Investimento (BCI) tem um capital social de 10 mil milhões de meticais (140 milhões de euros), numa estrutura acionista liderada (51%) pela Caixa Participações, do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), contando ainda com o banco português BPI (35,67%), e diretamente pela CGD (10,51%), entre outros.
Já o Banco Internacional de Moçambique (BIM) conta com um capital social de 4.500 milhões de meticais (64,1 milhões de euros), a maioria detido pelo BCP África (grupo Millennium BCP), com uma participação de 66,69%, seguindo-se o Estado de Moçambique (17,12%), o Instituto Nacional de Segurança Social moçambicano (4,95%) entre outros acionistas.
Segundo dados do banco central, funcionam em Moçambique 14 bancos comerciais e seis microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.(Lusa)
A Nacala Logistics iniciou a 12 de Agosto o carregamento de combustíveis do Porto de Nacala, província de Nampula, para o Malawi, tendo transportado em 29 vagões, 1,1 milhão de litros de diesel, num exercício que acontecerá seis vezes por mês, diz a empresa em comunicado.
Refere ainda o comunicado que “as notáveis conquistas” da Nacala Logistics abrangem o transporte de fertilizantes, contentores de carga geral, leguminosas para exportação, sal, componentes de sabão, grãos de trigo e outros, “consolidando desta forma o nosso papel como força motriz, impulsionando as economias de Moçambique, Malawi e Zâmbia”.
No que considera de “momento marcante”, a Nacala Logistics refere no seu comunicado que o início de transporte de combustíveis (a 12 de Agosto) tem como objectivo melhorar a acessibilidade e a eficiência de custos ~daquela mercadoria no Malawi.
O início do transporte de combustíveis materializa-se após a Nacala Logistics ter registado progressos substanciais na qualidade de serviços de transporte ferroviário ligando o porto de Nacala ao Malawi e a Zambia.
A Nacala Logístico conquistou progressos substanciais na melhoria da qualidade de seus serviços de transporte ferroviário, ligando o Porto de Nacala ao Malawi e à Zâmbia.
“Numa virada significativa de eventos neste mês de Julho, uma reunião estratégica ocorreu no Porto de Nacala, organizada pelas lideranças da National Oil Company of Malawi (NOCMA), Ministérios de Energia e Transportes do Malawi, pela Petróleos de Moçambique, Nacala Logistics e outros principais interessados”, disse a fonte.
Após a formalização de um acordo de transporte ferroviário no início deste ano entre a NOCMA e a NL, em Janeiro de 2023, e uma carta de intenções assinada pelo Ministério de Energia do Malawi no início de agosto de 2023, um compromisso foi estabelecido para iniciar o transporte de um volume inicial de 16 milhões de litros de combustível por mês.
É importante referir, diz a Nacala Logistics, que “antes deste desenvolvimento marcante”, a NOCMA dependia de camiões para o transporte de combustível da Beira e Dar es Salaam para o Malawi.
O transporte ferroviário de combustível do Porto de Nacala vai contribuir para a satisfação dos clientes e garantir provisões pontuais de combustível para o Malawi, “especialmente durante um período marcado por desafios de abastecimento caracterizado por enormes filas visíveis em postos de serviço em todo o país”.
“À medida que avançamos, a Nacala Logistics permanece firmemente dedicada à busca da excelência, moldando incansavelmente um futuro em que o transporte de energia seja não apenas eficiente e competitivo, mas também um catalisador inabalável para o progresso”, termina o comunicado.
(Carta)
Em 2011, o Estado moçambicano usou dinheiro dos contribuintes e gastou 4 milhões de Meticais (com o USD ao câmbio de 30 Mts) para instalar torniquetes e controlar-se o acesso ao Estádio do Zimpeto, numa exigência da FIFA, trazendo também transparência na contagem de bilhetes. Nada foi instalado! Um litígio arrasta-se longamente nos tribunais.
Em 2020, já na vigência do actual Governo e do actual Secretário de Estado Desporto, Gilberto Mendes, e numa exigência da CAF, que havia banido o Estádio do Zimpeto, o Governo alocou, através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD), 31 milhões de Meticais para a instalação de torniquetes. Em 4 de Abril de 2020, Mendes dizia na imprensa que a instalação dos torniquetes “era uma questão de dias”, que o Estado não gastaria um único centavo e que tudo seria coberto pelo empreiteiro chinês. Mas até hoje, o Zimpeto está sem torniquetes.
Nas próximas edições, “Carta” trará um artigo de investigação sobre a saga dos torniquetes Parte II.
Sobre a Parte I (referente aos torniquetes de 2011) e para avivar a memória dos leitores e trazendo o “big picture” de uma gestão caótica do financiamento ao desporto, segue uma crônica de Marcelo Mosse, publicada em 2 de Agosto de 2014, na sua página do Facebook:
Amanhã, quando formos ver o jogo da seleção nacional de futebol, jogando contra a Tanzânia e o Mart Nooj, vamos reparar numa coisa: nós nos empurrando para atravessarmos aquela cerca de ferro e arame, bilheteiras vendendo aos tardios e cobradores e agentes cinzentinhos e camarários lutando para rasgaram os canhotos dos bilhetes (o que só acontece quando o portador exige porque, caso não, eles preferem ficar com o papel inteiro para revenderem-no logo a seguir). É a pequena corrupção nos tirando sono e nos roubando algumas quinhentas.
Mas, no caso vertente, os pilha-galinhas estão a colher as migalhas deixadas pelo peixe-graúdo. Aquele cenário vergonhoso só tem lugar porque nós todos, nós contribuintes deste país, fomos vítimas da grande corrupção. O Estado gastou, em 2011, mais de 4 Milhões de Meticais para a instalação de torniquetes para controlar o acesso no Zimpeto, uma exigência da FIFA. Torniquete é uma portinhola automática que se abre quando o código de barras do bilhete é introduzido numa ranhura.
O Ministério da Juventude e Desportos nos tempo do Ministro Pedrito, num processo dirigido pelo Secretário Permanente João Loforte, pagou esse valor a uma empresa de nome Hitron, mas esta nunca chegou a instalar nem uma das 16 torniquetes (4 para cada escadaria) previstas. E a Hitron diz que não montou nada porque o negócio valia 13 milhões de Meticais e não os 4.
Ambos, Ministério (Loforte) e Hitron (Luís Pereira) se responsabilizam agora. Loforte diz que a Hitron deve devolver os 4 e Luís Pereira diz que o MJD deve pagar os 13 para fazer todo o trabalho. E nós nos empurrando sempre que joga a seleção; e nós privados do conforto da portinhola que dispensa a cabritada e o Zimpeto correndo o risco de ser banido, se a FIFA descobrir. E 4 milhões sumidos dos cofres do Estado. E ninguém é responsabilizado nem suspenso. E dizem que é tolerância zero.
*Marcelo Mosse, 2 de Agosto de 2014, no Facebook
A multinacional francesa TotalEnergies desembolsou na semana mais uma tranche do seu financiamento ao basquetebol moçambicano, via Fundo de Promoção Desportiva (FPD).
O desembolso foi feito logo depois de, na semana passada, ter estalado a polêmica sobre o fracasso da seleção sénior feminina da modalidade, que aspirava qualificar-se para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024. As “samorais” quedaram-se na quinta posição, no Afrobasket que teve lugar em Kigali, no Ruanda.
Após o fracasso, alguns dirigentes desportivos visaram um alegado atraso no desembolso do apoio acordado, por parte da TotalEnergies, como responsável pelo fracasso.
Mas ninguém sabia (incluindo a Federação Moçambicana de Basquetebol, FMB) que em Março deste ano, a multinacional havia entregue um cheque de 18,5 milhões de Meticais ao FPD, valor doado exclusivamente para o basquetebol. Foi “Carta de Moçambique” quem fez a revelação desse desembolso.
Não conseguimos, entretanto, apurar o montante do novo desembolso. Numa breve conversa com “Carta”nesta terça feira, a Diretora Geral do Fundo de Promoção Desportiva, Amélia Cabral Chavana, declinou clarificar o montante.
Ela disse que forneceria todos os detalhes sobre estes e outros assuntos à volta da gestão do FPD numa entrevista que concederá, exclusivamente, ao nosso jornal, brevemente.
O acordo assinado entre a TotalEnergies e o FPD ascende os 73,8 milhões de Meticais, equivalentes a 1,136,874 USD. Por regra,em acordos desta natureza, o segundo desembolso suplanta sempre o primeiro, o quer dizer que, hipoteticamente, o FPD recebeu mais de 18,5 milhões de Meticais. Toda a orçamentação foi feita pela FMB.
Numa breve conversa com “Carta”, o Secretário Geral da FMB, Ilídio Silva, disse que não tinha conhecimento que um novo desembolso havia sido feito, acrescentado que a agremiação continua a não ter acesso aos termos do contrato vigente, muito embora tenha sido ela iniciar os contactos com a Total-Energies no contexto de um financiamento ao seu “Projecto de Desenvolvimento do Basquetebol Feminino em Moçambique: Rumo a Paris 2024”.
As questões que se colocam agora são: num contexto em que o Secretário de Estado do Desporto (Gilberto Mendes) e o FPD deram costas à FMB, o que é que o Governo fará com uma verba “earmarked” (afectada exclusivamente) para o basquetebol? O que diz o contrato com a TotalEnergies? Por que razão esse contrato não é divulgado à sociedade? O que ele tem de segredo de Estado? (Marcelo Mosse)
Teve lugar, na terça-feira (15), no edifício-sede do BCI, em Maputo, a entrega de prémios referentes à Campanha de Dinamização Comercial do Cartão de Débito BCI Empresas, em que foram apurados três empresas vencedoras: Restaurante Azzona Lda (1º lugar); Txaquinha Catering e Serviço (2º lugar); e NLM Catering e Serviços Lda (3º lugar).
Numa parceria entre o BCI e a Vodacom Moçambique, a campanha visava incentivar e alargar o uso do Cartão de Débito BCI Empresas, uma solução de pagamento que permite ao utente total segurança e comodidade no pagamento de despesas e representação da empresa, para a generalidade das operações do dia-a-dia, de forma cómoda e segura, incluindo opções de pagamentos online, levantamentos, consultas de saldo; movimentos e pagamento de serviços.
O Director do Gabinete de Marketing Estratégico do BCI, Amílcar Aguiar, felicitou os vencedores, agradecendo-lhes a preferência pelos produtos e serviços do BCI. A campanha decorreu de Maio a Julho e foram no total 15 mil clientes apurados, três dos quais estão hoje a ser premiados, disse, prometendo mais iniciativas e mais surpresas.
“Esta é uma daquelas iniciativas em que nós, enquanto Vodacom, gostamos sempre de fazer parte”, disse, por seu turno, Iris Chivite, Directora do Segmento das Pequenas e Médias Empresas da Vodacom Business, reconhecendo o grande desafio que há “de apoiar estas Pequenas e Médias Empresas (PME), a fazerem esta viragem para a transformação digital”. Congratulou-se, ainda, pelo sucesso da parceria com o BCI: “temos uma excelente parceria, e esta sinergia, em particular, é só o início daquilo que nos propomos fazer mais à frente”.
Já as representantes das instituições laureadas mostrarem-se bastante entusiasmadas e felizes pelos prémios. Nem sabíamos que estávamos a concorrer – confessaram.
Os prémios recebidos são constituídos por computadores portáteis e telemóveis, para além de serviços de voz, dados e SMS da Vodacom, válidos por um ano.
A cidade de Nampula, norte do país, está a registar casos de cólera, um surto que já preocupa as autoridades de saúde, que anunciaram dois óbitos nas duas últimas semanas.
O chefe do Departamento de Saúde Pública em Nampula, Geraldinho Avalinho, disse à imprensa que já foram reportados casos de cólera nos bairros de Carrupeia, Napipine, Muatala e Namicopo, este último o mais populoso bairro da cidade. Avalinho disse que as autoridades estão a fazer de tudo ao seu alcance para estancar os focos da doença, mas reclama o facto da maioria das vítimas chegar às unidades sanitárias com um quadro severo de desidratação.
Durante o mês de Agosto, a província de Nampula também registou casos de cólera nos distritos de Nacala e Ribáuè, somando o maior número do total dos pacientes notificados no país que é de 143. Os casos de cólera reportados na cidade de Nampula eclodem numa altura em que os munícipes se queixam da falta de saneamento do meio, relacionada com deficiência na recolha de lixo pelo Conselho Municipal.
O Jornal Ikweli denunciou recentemente a existência de focos de lixo em algumas artérias da cidade, admitindo que mesmo alguns rios estão inundados de lixo, embora o porta-voz do Conselho Municipal tenha assegurado que esforços estão em curso para remover os resíduos sólidos em todos os locais. (Carta)
A Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, fez saber, nesta quarta-feira (16), que a existência de turmas ao relento, o índice de desistência escolar e o consumo de álcool e drogas são algumas das maiores preocupações do sector da educação.
“Em 2022 há províncias que se destacaram com taxas mais acentuadas. A taxa de desistência no ensino primário na província da Zambézia foi de cerca de 11.9 por cento e em Sofala foi de 10.5 por cento. Estes números estiveram acima da média nacional que é de 7.3 por cento”, afirmou Namashulua durante a abertura do Conselho Coordenador do sector da Educação.
“Já para, no ensino secundário do primeiro ciclo tivemos uma taxa de desistência de 13.7 por cento na província de Sofala e 6.5 por cento no Niassa, 5.4 na Zambézia e Inhambane e 4.7 na província de Gaza, igualmente acima da média nacional que é de 4.6 por cento”.
Namashulua diz que outro factor preocupante é a questão da violência nas escolas, o consumo de drogas e álcool que tem estado a manchar a imagem do sector, comprometendo o futuro das crianças, adolescentes e jovens.
Neste âmbito, a Ministra da Educação e Desenvolvimento Humano frisou que é urgente que sejam desencadeadas acções, sobretudo na componente da prevenção. (Marta Afonso)
A polícia do Zimbabwe disse que deteve 40 membros do principal partido da oposição por bloquear o tráfego e interromper a ordem durante um evento de campanha na última terça-feira, uma semana antes das eleições gerais. Zimbabwe vai às urnas a 23 de Agosto para eleger o presidente e o parlamento no que os analistas consideram ser uma eleição tensa, marcada por uma repressão à oposição e temores de fraude eleitoral.
A Coligação de Cidadãos para Mudança (CCC), da oposição, estava em campanha num subúrbio do sudoeste da capital Harare na terça-feira, quando os seus apoiantes foram bloqueados pela polícia, de acordo com a porta-voz do partido, Fadzayi Mahere. A polícia confirmou que prendeu 40 activistas da CCC, alegando que o partido notificou as autoridades que faria uma manifestação, mas depois desviou do local planeado.
O grupo "partiu para uma marcha de carros" numa área próxima e parou num semáforo "bloqueando abertamente o tráfego", disse a polícia, acrescentando que os apoiantes da Coligação "começaram a entoar slogans do partido e a cantar".
Imagens partilhadas nas redes sociais mostraram dezenas de pessoas vestidas com as cores amarelas da CCC, algumas amontoadas na traseira de um pequeno camião, lotando um cruzamento. A oposição reclama há muito de ter sido injustamente visada pelas autoridades nas vésperas da eleição, com os seus membros presos e dezenas de eventos da Coligação bloqueados.
Um relatório da Human Rights Watch divulgado este mês refere que a próxima votação será realizada sob um "processo eleitoral seriamente falhado" que não atende aos padrões globais de liberdade e justiça. Acusou a polícia de "conduta partidária" e de usar "intimidação e violência contra a oposição".
O presidente Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, que chefia a ZANU-FP, no poder desde a independência em 1980, busca a reeleição nas eleições presidenciais da próxima semana. O seu principal adversário é o líder da CCC, Nelson Chamisa, um advogado e pastor de 45 anos. Olhando para a idade dos dois principais candidatos às presidenciais, pode-se dizer que Chamisa está a concorrer contra o seu pai.
Enquanto isso, o Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, na qualidade de presidente do Órgão de Política, Defesa e Segurança da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), nomeou o ex-vice-presidente Nevers Mumba como chefe da Missão de Observação Eleitoral (SEOM) do bloco regional no Zimbabwe.
Hichilema anunciou na sua página do Facebook que a nomeação do Dr. Mumba demonstra a confiança do povo da Zâmbia, reflectindo a sua vasta experiência em vários cargos de chefia que ocupou no passado. (Africanews)
Dois projectos estruturantes, orçados em mais de 160 milhões de dólares norte-americanos e em fase avançada de implantação na província de Maputo, zona sul de Moçambique, asseguram a criação de 1.700 novos postos de emprego para jovens. Trata-se da Safira Mozambique Lda., sediada no distrito da Moamba, vocacionada à produção de material de construção, sobretudo tijoleira, um investimento de 100 milhões de dólares e que vai empregar 1.000 trabalhadores.
O segundo é o Moz Ferro Chrome, que também está a ser implantado no distrito da Moamba, orçado em mais de 60 milhões de dólares, com o arranque de produção projectado para 2025, criando mais de 600 postos de trabalho. A informação foi avançada ontem em Maputo, pelo director provincial da Indústria e Comércio, Joel Nhassengo, em entrevista à AIM, sobre a evolução da indústria transformadora local.
“Temos empresas que estão a ser implantadas neste momento a nível da província, visando levar o desenvolvimento às comunidades. A Safira Mozambique Lda. vai actuar na produção de tijoleira, com um investimento de 100 milhões de dólares, empregando 600 trabalhadores e a outra é a Moz Ferro Cromo”, disse a fonte.
Segundo Nhassengo, em paralelo, o governo provincial está a envidar esforços para replicar o modelo do Parque Industrial de Beluluane, na província, para beneficiar os projectos âncoras, nomeadamente Cimentos Dugongo, Coca-Cola, Cervejas de Moçambique, entre outros. A nova abordagem visa levar grandes unidades produtoras a catapultar o desenvolvimento a nível das comunidades, através da criação de novos postos de trabalho e desenvolvimento da economia local.
“O que sucede é que, tal como ocorre no Parque Industrial de Beluluane, que há várias pequenas e médias empresas que prestam serviços aos grandes projectos naquele espaço, pretendemos que surjam também empresas ao redor dos projectos âncoras que vão surgindo nos distritos”, salientou.
Como forma de criar um ambiente de negócios saudável na província, o Conselho Executivo Provincial tem privilegiado o diálogo com o sector privado através de várias plataformas criadas para o efeito, visando atrair investimento para o sector. Segundo o interlocutor, a matriz industrial da província de Maputo está a ganhar nova dinâmica, com a desconcentração das unidades produtoras que no passado estavam concentradas na cidade da Matola, para aproximá-las cada vez mais às comunidades.
A província de Maputo detém o maior parque industrial do país, com 1.086 indústrias transformadoras, entre elas, as pequenas e médias empresas e um universo de 256.744 estabelecimentos comerciais.
Refira-se que, na última sessão extraordinária, o Conselho Executivo Provincial reconheceu que se regista uma redução da produção da indústria transformadora na província, caracterizado pelo encerramento de quatro empresas de cimento, nomeadamente, a Cimento Nacional, África Cimento LDA, Maputo Cement and Steal e S&S Cimentos.
O órgão justifica o cenário por um conjunto de factores que afectaram o país, nomeadamente, a Covid-19, as inundações, a redução do poder de compra das famílias moçambicanas e o declínio da indústria metalúrgica de base por falta de reinvestimento e manutenção periódica. (AIM)