As taxas de desemprego no país continuam mais altas nas mulheres do que nos homens e prevalecem as normas sociais nocivas que continuam a colocar a mulher vulnerável à violência baseada no género.
A informação consta do relatório de avaliação do género em Moçambique: “alavancar o potencial das mulheres e raparigas”, lançado esta quinta-feira (30) em Maputo pelo Grupo Banco Mundial, em parceria com o Ministério do Género, Criança e Acção Social.
O estudo destaca que a participação feminina na força de trabalho em Moçambique é elevada, mas a qualidade do emprego a que as mulheres acedem é baixa. As mulheres têm maior probabilidade de trabalhar no sector informal e têm menos acesso a financiamento e insumos produtivos (terra, tecnologia), além de que são constrangidas pela divisão desigual dos cuidados infantis e do trabalho doméstico.
Os homens têm três vezes mais probabilidade de trabalhar por conta própria, enquanto que a mulher se envolve mais em empregos de “baixa qualidade” por possuir menos habilidades e discriminação no emprego.
O documento refere ainda que a maioria das mulheres se dedica à agricultura (93 por cento em zonas rurais e 46 por cento nas zonas urbanas contra 76 por cento e 24 por cento para os homens). As mulheres possuem títulos de propriedade menos seguros e têm menos acesso a serviços financeiros e a insumos técnicos.
O relatório aponta que as Pequenas e Médias Empresas (PME) detidas por mulheres obtêm cerca de 16 por cento menos lucros do que as detidas por homens. O estudo diz também que, durante o ano de 2023, foram atendidos 5.265 casos de violência doméstica, contra 5.996 no ano anterior, o que revela uma descida.
Assim sendo, o estudo recomenda como áreas prioritárias de intervenção a redução da gravidez na adolescência e as uniões prematuras, bem como a manutenção da rapariga na escola, o aumento das oportunidades económicas para as mulheres, melhorando os serviços de saúde sexual reprodutiva. (M.A)
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou ontem (30) o Hospital Provincial de Gaza (HPG), onde se inteirou sobre o curso das obras de reabilitação e ampliação daquela unidade sanitária.
Nyusi considera o HPG de extrema importância para a população e demais utentes devido à sua localização estratégica no corredor do país. Disse que após a conclusão das obras em curso naquela unidade sanitária vai responder às necessidades da população local, dos viajantes e turistas.
“Xai Xai está a crescer muito. O último censo provou que há muito mais gente aqui. É uma cidade capital de uma província turística. Portanto, uma das coisas que o turista procura saber é quando estiver doente para onde deverá ir”, disse durante a visita àquela unidade sanitária.
“Fiquei satisfeito por saber que acima de 93% da obra está terminada. O empreiteiro está optimista que consegue fazer entrega dentro de um mês”.
Nyusi realçou ainda que o governo continua empenhado na reconstrução de hospitais em todo o país de modo a prover serviços sanitários de qualidade à população moçambicana.
Com as obras, o HPG passará das actuais 270 camas para 340 de modo a responder à demanda. A unidade sanitária também passará a oferecer serviços de tomografia axial computadorizada (TAC), essencial para o diagnóstico de doenças musculares e ósseas, bem como identificação e localização de tumores. (AIM)
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, inaugurou nesta quarta-feira (29), na baixa do Infulene, no Município da Matola, uma infra-estrutura de tratamento de águas residuais para responder às necessidades dos municípios de Maputo, Marracuene e em Boane.
Considerado um empreendimento de grande magnitude, o Centro de Tratamento de Águas está inserido no Projecto de Saneamento Urbano que tem como objectivo aumentar o acesso ao serviço de saneamento seguro dos moçambicanos.
“Inauguramos esta infra-estrutura cientes de que investir em fontes de tratamento de águas residuais é também investir na protecção do ambiente e na promoção da saúde e bem-estar da população. Pretendemos também incrementar a capacidade de resposta às emergências originadas pelos desastres, sobretudo as sanitárias”, disse Nyusi durante o seu discurso.
Avaliada em 200 Milhões de Meticais, a infra-estrutura vai contribuir para o tratamento adequado dos resíduos. (M.A)
O indiciado foi capturado na madrugada desta terça-feira (28), no distrito da Ka-Tembe, na cidade de Maputo e, posteriormente, enviado para o distrito de Mandlakazi, província de Gaza, área de jurisdição onde praticou grande parte dos crimes.
O presumível homicida tentou simular a sua morte quando foi capturado na Ka-Tembe, em Maputo, e foi acordar na morgue. De lá, foi levado para o Hospital provincial de Xai-xai para receber alguns cuidados. Já nas mãos da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Mandlakazi, o suposto assassino, de 35 anos de idade, confessou o crime.
“Quando faço as minhas contas, até aqui matei 11 pessoas. A primeira pessoa que matei foi a minha esposa com quem vivia na zona do Xiquelene (Praça dos Combatentes), na cidade de Maputo. Foi a primeira vez que conheci uma cela. Quando consegui fugir da cadeia, conheci outra esposa na Manhiça e também a matei por me trair. Daí, fui viver em Mandlakazi onde matei outras nove mulheres”, detalhou.
“Na verdade, confesso tudo que eu fiz. A primeira esposa que eu matei é porque me traiu. Encontrei-a com um homem e o mesmo indivíduo conseguiu fugir. Então, foi esse o caso que me levou à prisão. Entretanto, não cumpri a pena porque consegui fugir para Mandlakazi, onde conheci uma outra mulher e esta também matei porque me traiu. Para matar as minhas vítimas não uso arma ou faca, eu mato apertando o pescoço e a sangue frio. Sempre que apanho outra mulher, acabo matando”, confessou o suposto assassino.
Segundo a PRM em Mandlakazi, a sua detenção foi possível graças à colaboração com as autoridades policiais de Maputo, sendo que posteriormente será entregue à justiça para que seja responsabilizado.
Refira-se que foram todos estes homicídios que criaram agitação um pouco por toda a província de Gaza e 28 pessoas foram salvas pela polícia quando estavam para ser lixadas pela população por conta dos crimes cometidos por este indivíduo. (M.A.)
Pelo menos onze (11) terroristas foram abatidos na manhã desta quarta-feira (29), na sede do posto administrativo de Mbau, sul do distrito de Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, pelas forças ruandesas ali posicionadas.
Fontes disseram à "Carta" que os terroristas foram atingidos quando, por volta das quatro horas da manhã, tentaram atacar a aldeia, começando pela zona onde está o acampamento militar dos homens do Presidente Paul Kagame.
"Nós começamos a ouvir tiroteio e estranhamos porque os ruandeses não disparam de qualquer maneira. Depois nos demos conta que era um confronto com os terroristas. Foram mortos mais de dez terroristas", comentou uma residente local. Fotos tiradas na manhã desta quarta-feira em Mbau e postas a circular nas redes sociais mostram sete corpos de terroristas sem vida deitados no chão.
O Chefe de Estado, Filipe Nyusi, também fez menção ao confronto em Mbau, quando orientava a cerimónia de inauguração da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Maputo.
O estadista moçambicano declarou que dezenas de terroristas foram abatidos pelas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas juntamente com “as forças irmãs do Ruanda que entraram em confrontação directa com o inimigo”.
“Dezenas ficaram em terra, incluindo a captura de muito equipamento", revelou. (Carta)
O Governo britânico advertiu ontem os britânicos que visitem Moçambique para o risco de rapto, sobretudo em Maputo, na sequência de vários casos recentes. Numa atualização à página de Internet de conselhos aos viajantes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico refere que foram registados "raptos com pedido de resgate em Moçambique, principalmente na capital, Maputo".
"Os raptos têm geralmente como objetivo o lucro financeiro ou são motivados pela criminalidade. Embora a maioria das vítimas sejam moçambicanas, os raptores podem também visar estrangeiros", indica, acrescentando que empresários podem correr um risco acrescido. O mais recente caso de rapto em Maputo deu-se no sábado, envolvendo um jovem de 29 anos que foi levado por oito homens armados que fizeram disparos na via, indicou na altura à Lusa fonte do Serviço Nacional de Investigação Criminal.
De acordo com a fonte, o rapto deu-se na avenida Joaquim Chissano, junto a um dos estabelecimentos comerciais da vítima, sendo que quatro dos raptores tinham metralhadoras AK-47, que utilizaram para disparar. Este foi o segundo rapto de empresários nos últimos 15 dias em Maputo, e pelo menos o quarto conhecido publicamente desde o início do ano.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) registou um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou em março o ministro do Interior. "A cidade de Maputo apresenta maior tendência e incidência de casos criminais de raptos, seguida da província de Maputo e, por fim, Sofala, com registo de 103, 41 e 18 casos, respetivamente", declarou o ministro do Interior de Moçambique, Pascoal Ronda, em 19 de março.
A onda de raptos em Moçambique tem afetado empresários e seus familiares, sobretudo pessoas de ascendência asiática, o que para as autoridades exige uma reflexão. A maioria dos raptos cometidos em Moçambique é preparada fora do país, o que dificulta o combate a este tipo de crimes, disse em abril, no parlamento, a procuradora-geral da República, Beatriz Buchili.
A maioria dos mandantes vive na África do Sul, avançou. O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, admitiu que o combate aos raptos que assolam o país, nomeadamente Maputo e sobretudo empresários, requer mais "proatividade", nomeadamente a colaboração com o setor privado e outros países. "Estamos a fazer o trabalho com os países que têm muita experiência neste sentido", garantiu Nyusi, no discurso da XIX CASP há duas semanas atrás, em 15 de maio.(Lusa)