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Actualizado de Segunda a Sexta

sexta-feira, 21 agosto 2020 04:30

Iniciou desmobilização do Estado-Maior General da Renamo na Serra da Gorongosa

O processo que tem em vista o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço da Renamo vai de “vento em pompa”. Esta quinta-feira arrancou a desmobilização do Estado-Maior General do maior partido da oposição na Serra da Gorongosa.

 

Concretamente, iniciou, ontem, nas imediações da Serra da Gorongosa, o processo de desmobilização de 384 ex-comandos, que estavam no Estado-Maior General da Renamo. Os desmobilizados fazem parte de um grupo selecto de oficiais que conviveu com o falecido líder carismático do partido, Afonso Dhlakama.

 

O DDR prevê, sabe-se, abranger cerca de 5 mil antigos guerrilheiros da Renamo. Desde a retomada do processo a 4 de Junho findo, pouco mais de 520 antigos guerrilheiros da Renamo foram desmobilizados e duas bases do maior partido da oposição foram encerradas.

 

O andamento do processo de DDR expressa o cumprimento do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, que no passado de 06 de Agosto corrente completou um ano.

 

Entretanto, o acordo de paz está ameaçado pelos ataques armados que têm estado a acorrer nas províncias de Manica e Sofala, região centro do país. De acordo com as autoridades policiais, os ataques armados que têm estado a ocorrer nas províncias de Sofala e Manica são perpetrados por indivíduos pertencentes à auto-proclamada Junta Militar da Renamo.

 

Mariano Nhongo e seus correligionários têm publicamente contestado a liderança de Ossufo Momade (presidente da Renamo). Aliás, o grupo não reconhece Ossufo Momade como presidente dos genuínos membros do partido e, inclusive, tem deixado a garantia de que, sob a liderança deste, não se vai juntar ao DDR.

 

Falando por ocasião do evento, o Secretário-Geral da Renamo, André Magibire, apelou ao grupo a seguir a vida civil, alertando que, em caso de um eventual regresso às matas, a responsabilidade seria individual.

 

“A partir de hoje (ontem) que estão a deixar as vossas armas, elas ficam para o passado. Não queremos ouvir depois que alguém voltou ao mato. Se essa pessoa voltar a pegar na arma, a responsabilidade é dela”, sentenciou Magibire.

 

Depois da Serra da Gorongosa, o Grupo Técnico para o DDR prevê escalar outros pontos do país no seguimento da materialização do processo.

 

A conclusão do processo de DDR, tal como fez saber o Presidente da República, está prevista para Julho de 2021.

 

O DDR arrancou, oficialmente, a 29 de Julho de 2019, tendo permanecido em “banho-maria” quase um ano, devido, entre outros, a constrangimentos de ordem logística, com particular destaque para disponibilidade de fundos. (Carta)

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