O Presidente do Conselho Municipal de Pemba, Florete Simão Mutarua, diz já não haver espaço na capital provincial de Cabo Delgado para acolher deslocados provenientes dos distritos afectados pelos ataques terroristas que assolam aquela parcela do país, desde Outubro de 2017.
Falando à imprensa, Mutarua afirmou estar a negociar com os governos dos distritos de Mecufe e Metuge, de modo a cederem os seus espaços para as famílias afectadas pelos ataques terroristas, pois, a terceira maior baía do mundo não dispõe de espaço para acolher, de forma definitiva, os deslocados de guerra.
A capital provincial de Cabo Delgado, refira-se, é um dos pontos de chegada das famílias provenientes dos distritos afectados pelos ataques terroristas, com maior destaque para as populações provenientes dos distritos de Macomia, Ibo, Quissanga, Mocímboa da Praia e Muidumbe.
Dados não oficiais apontam para a existência, na cidade de Pemba, de mais de 30 mil deslocados, na sua maioria albergados em residências de familiares, em situações de extrema vulnerabilidade. No total, mais de 300 mil pessoas já deixaram as suas zonas de origem à busca de abrigo seguro, devido aos ataques terroristas que continuam a semear luto e dor naquele ponto do país.
Através de uma Ordem de Serviço (nº 14), emitida no dia 01 de Julho, o Edil de Pemba determinou, com efeitos imediatos, a suspensão da atribuição de terrenos até Janeiro de 2021. A medida, apurou “Carta”, visa impedir a suposta implantação de indivíduos de conduta duvidosa, sobretudo membros do grupo insurgente, na cidade de Pemba. (Carta)