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segunda-feira, 20 janeiro 2020 07:05

Insurgentes atacam viatura e matam três pessoas, em Mocímboa da Praia

Roma é uma aldeia que fica a poucos quilómetros da sede do posto administrativo de Diaca, em Mocímboa da Praia. Nesta aldeia, por volta das 05:00h de quinta-feira, os insurgentes atacaram uma viatura Canter que fazia o trajecto Mueda – Vila de Mocímboa da Praia.

 

Trata-se duma viatura que, normalmente, fazia "chapa 100" naquele troço e cujo proprietário é um agente económico de Awasse.

 

Fontes disseram que, na emboscada, três pessoas foram atingidas mortalmente: o motorista, o seu ajudante e mais um passageiro. Os outros ocupantes da viatura escaparam “por um triz”, uma vez que, no final, a viatura foi incendiada pelos insurgentes.

 

Tratava-se da segunda viatura que, na manhã da última quinta-feira, transitava naquele, ora perigoso, troço. A primeira, pertencente a um outro agente económico da vila de Mocímboa da Praia, passou sem ter sido alvo dos insurgentes.

 

Entretanto, no troço entre a vila de Mocímboa da Praia e a aldeia Anga, um cidadão escapou a uma tentativa de assalto por um grupo que trajava farda militar na manhã da mesma quinta-feira. Quando viu os assaltantes, que estavam armados, a sua frente, o indivíduo abandonou a sua motorizada e pôs-se em fuga. A motorizada acabou incendiada.

 

Refira-se que uma unidade de Militares posicionada na zona alta do bairro Milamba é acusada de protagonizar maus tratos, contra as populações circunvizinhas. No local onde estão acampados, existem mangueiras, mas nem adultos muito menos crianças podem ir colher as frutas, pois acabam sendo vítimas de maus tratos.

 

O local é um caminho “tradicional”, porém, quando as pessoas passam também são escorraçadas pelos militares. Entretanto, na comunidade de Moma, localizada entre Ulo e Nabadje, os malfeitores incendiaram várias palhotas dos residentes, sem causar mortes na mesma quinta-feira.

 

Noites intranquilas em Magaia depois de ataques dos insurgentes


Residentes da aldeia Magaia, no distrito de Muidumbe, em Cabo Delgado, afirmam que depois dos ataques protagonizados por insurgentes, nos dias 10 e 11 de Janeiro, vivem-se momentos de incerteza e de muito medo.

 

Em contato com “Carta”, um residente de Magaia disse que, no primeiro dia, os insurgentes escalaram a aldeia e mataram três pessoas, sendo que algumas casas foram incendiadas. A incursão aconteceu às 5 e às 11 horas da manhã. Enquanto os residentes se refugiavam nas matas, os meliantes permaneceram na aldeia, cozinharam, comeram e só depois saíram.

 

Dos três mortos, todos jovens, do sexo masculino, dois eram elementos da população, enquanto o terceiro era membro do fórum de policiamento comunitário.

 

Já no segundo dia, os insurgentes voltaram a Magaia, às 13:00 horas, desta feita para incendiar casas. Permaneceram na aldeia, onde circularam a bel-prazer até perto das 16:00 horas. Toda a aldeia estava agitada e os residentes refugiaram-se todos no quarto bairro.

 

“Não comemos nesse dia, pois muitos produtos queimaram-se no interior das casas, mas a nossa salvação foram as mangas. Apanhamos mangas e comemos. Dormir também foi “à maneira”, já que, tristemente, não houve resposta por parte das Forças de Defesa e Segurança” – descreveu a fonte.

 

Em Magaia, vive-se com muito medo, não há noites tranquilas, nem dias felizes desde esses ataques. (Carta)

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