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quarta-feira, 11 dezembro 2024 08:50

Exames finais: Professores ameaçados em Maputo e… na Beira boicotam correcção das provas

exames canclados min

 

Os professores da Escola Secundária Engenheiro Filipe Jacinto Nyusi, na Matola-Rio, distrito de Boane, província de Maputo, estão a ser vítimas de ameaças e outros obrigados a pedir férias por terem boicotado a realização dos exames.

 

No comunicado emitido pela direcção da escola, a que “Carta” teve acesso, pode-se ler: “a direcção da Escola Eng. Filipe Jacinto Nyusi, na Matola Rio, vem por este meio comunicar a todos os professores que a conclusão dos trabalhos dos conselhos de notas, verificação e assinatura das pautas de classes sem exame, bem como a entrega de classificações, livros de turmas e relatórios ao SP devidamente preenchidos e assinados, estão agendados para segunda-feira, dia 09 de Dezembro, e seu término está previsto para terça-feira, dia 10 de Dezembro, do ano em curso”.

 

Na nota, pede-se o comprometimento de cada professor como condição para garantir a licença disciplinar, enquanto os que já avançaram com os trabalhos poderão ter a guia de férias.

 

Por outro lado, os professores da Escola Secundária Joaquim Chissano, localizada também no município de Boane, emitiram uma nota esta segunda-feira, informando sobre a paralisação das actividades devido à falta de pagamento das horas extras. Noutras escolas, há relatos de que arrancou nesta segunda-feira (09), a realização de exames da segunda chamada para aqueles que não conseguiram realizar a primeira.

 

Na Beira, capital de Sofala, professores da Escola Secundária da Manga decidiram boicotar a correção dos exames devido à falta de pagamento das horas extras desde 2022 até ao presente ano.

 

"Entramos em consenso com os encarregados de educação e decidimos controlar os exames. Mas estamos a notar que o Governo não nos respeita e faz o que lhe convém. Sempre recebemos promessas que nunca são cumpridas. Eles até chegam a simular o pagamento, mas nunca depositam os valores nas nossas contas. Sem o pagamento das horas extras dos anos em dívida, não vamos corrigir os exames. Este Governo já nos provou que funciona com ameaças e reivindicações. Temos provas disso na zona sul", relataram.

 

Entretanto, "Carta" entrou em contacto com o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) para inteirar-se das soluções à vista para resolver a falta de pagamento das horas extras. Porém, o ministério não se mostrou disposto a falar sobre o assunto, informando apenas que já realizou o levantamento das escolas e alunos que não realizaram os exames e que, oportunamente, se pronunciará sobre o assunto. (Marta Afonso)

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