As escolas de Cabo Delgado que receberam alunos deslocados devido ao terrorismo que assola a província sentem-se pressionadas a cada dia, num contexto em que a rede escolar não estava preparada. De acordo com dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINED), das 1006 escolas existentes em Cabo Delgado, apenas 806 encontram-se em funcionamento, 99 estão encerradas e 101 foram destruídas durante os ataques terroristas que já duram há mais de cinco anos.
A informação foi avançada pela ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, durante a recepção de material doado pelo Governo da China para ser alocado em Cabo Delgado. Na ocasião, ela disse que grande parte das crianças foram afectas a outras escolas seguras, situação que está a aumentar a pressão das mesmas.
“Os alunos da província de Cabo Delgado não só ficaram sem as salas de aula, mas também perderam cadernos, livros, lápis e ficaram sem a possibilidade de poder usufruir dos seus direitos de apreender”.
Namashulua explicou que o material doado pela embaixada da China e pela Câmara de Comércio Moçambique-China é composto por 200 carteiras, 400 pastas escolares, roupa e outros materiais didácticos para o ensino e aprendizagem dos alunos. A governante disse ainda que a doação já foi enviada para a província de Cabo Delgado através do porto de Nacala, no entanto, pediu mais apoio para a reconstrução de mais salas de aulas naquele ponto do país.
Já o embaixador da China em Moçambique, Wang Hejun, garantiu que vai continuar a apoiar os esforços do Governo moçambicano na promoção do desenvolvimento do país e canalizar mais contribuições para o bem-estar do sector da educação. (Marta Afonso)