A coordenadora residente das Nações Unidas Rebecca Adda-Dontoh disse que, apesar de todos os esforços empreendidos desde que o primeiro caso de cólera foi detectado no Malawi, há quase um ano, a situação continua grave.
O facto ocorre numa altura em que as Nações Unidas e parceiros humanitários no Malawi lançaram um apelo para ajudar quatro milhões de pessoas, incluindo 56.000 refugiados e requerentes a asilo, que foram os mais atingidos pela cólera e correm o maior risco de contrair a doença. Todos os dias, o número de casos aumenta e mais pessoas morrem.
A boa notícia é que, embora a cólera seja altamente transmissível, também é facilmente tratável quando os casos são detectados a tempo e evitáveis quando as comunidades têm acesso à água potável e bom saneamento”, disse Adda-Dontoh.
Ela apelou ao apoio de parceiros globais, acrescentando que é desejo dos parceiros e do governo que ninguém morra de cólera em 2023. Segundo comunicado divulgado pela ONU, os parceiros pedem 45 milhões e trezentos mil dólares para os próximos cinco meses.
O apelo surge numa altura em que os casos de cólera e morte aumentaram desde o início de Janeiro deste ano, agravando aquele que já é considerado o surto de cólera mais mortífero da história do país. Enquanto isso, o Ministro da Saúde, Khumbize Chiponda, congratulou-se com o mais recente esforço dos parceiros.
“O apelo nos ajudará a conter o surto de cólera. Com casos sendo registados todos os dias, este é o surto de cólera mais mortal da história do país”, disse Kandodo Chiponda.
O surto de cólera, que começou em Março de 2022, afectou todos os 29 distritos do Malawi e é o maior surto no país nas últimas duas décadas. O número de casos aumentou dramaticamente no início da estação chuvosa em Novembro de 2022 e quase 45.000 casos já foram relatados, incluindo mais de 1.450 mortos.
Os especialistas prevêem que, a menos que sejam tomadas medidas urgentes e intensificadas para aumentar a resposta, entre 64.000 e 100.000 casos podem ser registados nos próximos três meses. (Carta)