O presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, endossou um movimento regional para conter o terrorismo em Moçambique, no que poderia significar um apoio entre dois regionais para acabar com o flagelo da violência na província de Cabo Delgado. Embora esta tenha sido apenas a primeira indicação pública de apoio, também poderia dar ânimo para a cooperação regional entre a Comunidade da África Oriental (EAC) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no que diz respeito à luta contra o terrorismo.
Uma área de cooperação que os dois líderes projectam é a prevenção de crimes transfronteiriços e a expansão de extremismo violento, que actualmente é parcialmente responsável pelo terrorismo em Moçambique, vizinho do Malawi. Numa reunião em Nairobi com o seu homólogo do Malawi Lazarus Chakwera, Kenyatta disse que a situação de Moçambique é uma preocupação geral para o continente e prometeu apoiar os esforços regionais para conter o terrorismo.
Chakwera, actual Presidente da SADC, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, esteve em Nairobi numa visita de estado de três dias, a sua primeira viagem oficial ao Quénia desde que assumiu o poder em 2020. A SADC enviou tropas a Moçambique para combater o grupo de terroristas conhecido como Al-Shabaab, mas não relacionado ao grupo terrorista somali.
Por seu turno, Uhuru Kenyatta é presidente da Comunidade da África Oriental. O Ruanda, um dos membros daquele bloco regional, já enviou tropas a Moçambique num acordo bilateral com Maputo.
Ameaças preocupam Quénia
“O Quénia está preocupado com a actual situação em Moçambique. A este respeito, o Quénia elogia e apoia as medidas tomadas pela Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral [SADC], sob a sua competente presidência, de trabalhar com Moçambique na neutralização das ameaças terroristas naquele país"- disse "Kenyatta ao seu homólogo, durante uma reunião bilateral na presidência da República.
"Como amigos de Moçambique, estamos prontos para apoiar os seus esforços", enfatizou o estadista queniano. Quénia assume este mês a presidência do Conselho de Segurança da ONU e, de acordo com Kenyatta, o país continuará a dar voz às questões do continente. (FI)