Nesta quinta-feira, cinco amigos decidiram viajar para Joanesburgo para assistir hoje a um casamento. O plano foi traçado para que a travessia da fronteira tivesse lugar um pouco antes do seu fecho, às 22 horas. No grupo estava Jair Abdula, filho do empresário Salimo Abdula, o dono da Intellec Holding (há quem continue a ligá-lo empresarialmente a Armando Guebuza, mas ele já não tem nenhum vínculo com o antigo presidente).
Segundo fonte próxima da família, os amigos tinham feito um pacto: só os cinco saberiam a que horas atravessariam a fronteira de Ressano Garcia e que rota levariam para chegarem a Joanesburgo. A viagem foi interrompida antes do destino, num “roadblock” falso. Os cinco foram levados para um cativeiro, mas ainda na sexta feira três dos raptados foram libertados. Hoje, sábado, um quarto membro do grupo também foi solto. Apenas Jair Abdula continua no cativeiro.
A identidade dos quatro amigos do filho do Presidente da Confederação Empresarial da CPLP, ainda não é ainda conhecida. Salimo Abdula já está de regresso do Dubai, onde, na companhia da mulher, São Abdula, esteve a assistir à Expo 2021. Não conseguimos apurar o valor do resgate. A família estranha duas coisas: uma provável fuga de informação, por parte de um dos amigos, revelando aos raptores o segredo da viagem; a orquestração de um bloqueio de trânsito em plena África do Sul pelos raptores, o que mostra o seu poderio de manipulação.
A página do Facebook da Justiça Nacional (JN), geralmente bem informada sobre assuntos de investigação criminal e execução penal (é uma página alimentada por agentes “descontentes” do Sernic e do Sernap) dizia ontem que “a PRM já tem informação do rapto e as diligências estão a correr em coordenação com a Polícia sul̶ africana, na tentativa de localizar Bakhir Ayob, genro de Momade Bashir Suleimane, pois existem suspeitas de que possa estar envolvido neste rapto”. A JN recordava que Bakhir Ayob fugiu de Moçambique em 2013 e há rumores de que ele esteja na África do Sul. E aqui ele era acusado de ser mandante dos raptos. Fugiu quando exatamente já havia mandados de captura contra si”. (Carta)