A ministra dos Negócios Estrangeiros moçambicana defendeu hoje uma reflexão conjunta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para "soluções duradouras" face à ameaça do terrorismo no Norte de Moçambique.
"Em virtude da ameaça representada pelo terrorismo, somos uma vez mais chamados a refletir de forma conjunta na busca de soluções duradouras para estancar este fenómeno ainda na sua fase inicial", disse Verónica Macamo.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique falava durante a abertura da reunião do conselho de ministros da SADC.
A reunião antecede a cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, que se realiza na quarta-feira em Maputo, para debater uma resposta e apoio no combate ao terrorismo no norte de Moçambique.
Para a ministra, além do terrorismo, o combate aos efeitos das alterações climáticas e a outros desafios contemporâneos na região exigem "um elevado sentido de solidariedade e irmandade" da SADC.
"Acreditamos ser irrealista pensar e projetar o nosso bem-estar e segurança de forma isolada", frisou a ministra, reiterando a importância da convergência e conjugação de esforços por um bem coletivo.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Ainda segundo a ONU, mais de 900.000 pessoas estão sob insegurança alimentar severa em Cabo Delgado e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços.