As sementes da ADIN (Agência para o Desenvolvimento Integrado do Norte), que se espera venha a pôr cobro ao atraso socioeconômico das províncias do Norte de Moçambique, uma das alegadas razões para a insurgência em Cabo Delgado, começaram a ser lançadas ontem, em Pemba.
Uma equipa multidisciplinar de consultores moçambicanos (apoiada por especialistas oferecidos por agências de cooperação), iniciou com seminários abertos e grupos focais. Depois de Pemba, seguir-se-á Nampula e Niassa. O produto esperado destas consultas é uma Estratégia de Desenvolvimento Resiliente e Integrado do Norte.
O documento deverá estar pronto em Junho e, depois da chancela do Conselho de Ministros, vai ser o principal instrumento da intervenção da ADIN no terreno.
A equipa de consultores é liderada pelo conceituado jurista Abdul Carimo Issá, o Buda. Ele disse à “Carta” que sua principal linha de trabalho é baseada na auscultação e na apropriação dos variadíssimos estudos já realizados sobre a região Norte, com ênfase para documentos produzidos por organizações como o IESE e o OMR. Ou seja, os consultores passarão boa parte do tempo fazendo pesquisa de mesa.
A equipa de Buda é composta por figuras oriundas do campo político da Frelimo e especialistas com longos anos de trabalho junto de organismos internacionais. Destacam-se no grupo duas figuras: o economista Armando Inroga e Paulo Fumane. O primeiro foi Ministro de Armando Guebuza e o segundo já dirigiu a CTA, o Millenium Challenge Account e uma fase da Maputo-Sul. Outras figuras são a engenheira Anabela Fernandes e a demógrafa Maria Dalas Conceição, mais o Sheik Saide Abibe, responsável por um dos estudos mais relevantes para se compreender as raízes do terrorismo em Cabo Delgado (ele vai ser o responsável por um dos pilares da Estratégia, nomeadamente Violência, Extremismo e Pacificação).(M.M.)