Tudo estava a postos para que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) recuperassem o controlo da vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia, no norte da província de Cabo Delgado, que está nas mãos dos insurgentes, desde o passado dia 12 de Agosto. Entretanto, a “mega-operação”, que teve lugar na passada segunda-feira, 07 de Setembro, acabou fracassando, devido à emboscada sofrida pelas tropas nacionais na região de Awasse, território pertencente ao distrito de Mocímboa da Praia.
Segundo contaram as fontes (militares) à nossa reportagem, um grupo de mais de duas centenas de membros das FDS – entre artilheiros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e agentes da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), ramo da Polícia da República de Moçambique (PRM) – foi emboscado em Awasse, a 30 Km da vila-sede de Mocímboa da Praia, por um grupo de terroristas.
Durante a emboscada, que consistiu na construção de uma barreira em plena Estrada Nacional Nº. 380, o grupo terrorista incendiou duas viaturas, facto que concorreu para o recuo das tropas nacionais. A situação aconteceu no período da manhã daquele dia. Aliás, durante o seu discurso, por ocasião do “Dia da Vitória”, o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, fez referência ao facto, embora não tenha entrado em detalhes.
As fontes não avançaram o número de mortos, mas garantiram que houve baixas em todos os lados. Acrescentaram também que alguns membros das FDS optaram por regressar a Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, enquanto o paradeiro dos outros ainda não é conhecido.
Referir que a falta de pagamento dos subsídios aos militares que estão em combate nas províncias de Cabo Delgado, Sofala e Manica, prometidos pelo Chefe de Estado, continua a causar um “braço-de-ferro” entre os militares e as suas lideranças, em Cabo Delgado. (Carta)