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segunda-feira, 22 julho 2019 08:08

As figuras que vão disputar para governar as dez províncias

A menos de três meses do dia da votação, “Carta” traz na edição, desta segunda-feira, as figuras das três principais forças políticas, nomeadamente, a Frelimo, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que vão concorrer às eleições provinciais, de onde o cabeça da lista vencedora é imediatamente confirmado Governador de Província.

 

 

Para já antevêem-se disputas acirradas avaliar pelas figuras escolhidas por àquelas formações políticas, nas dez províncias que, a 15 de Outubro deste ano, vão, pela primeira vez, a votos para escolher o seu mais alto representante.

 

Nas linhas que se seguem, o nosso jornal apresenta os candidatos dos três partidos, bem como as províncias para as quais concorrem. É de lembrar que a Cidade de Maputo, em virtude de gozar de um estatuto especial, é única que não vai a votos e, na próxima quarta-feira, a Assembleia da República vai legislar sobre a operacionalização da exclusividade de que goza.

 

As províncias de Sofala, Zambézia e de Maputo apresentam-se como as que poderão proporcionar emoções de cortar o fôlego devido, por um lado a importância para a estrutura do país, e, por outro, pelos candidatos escolhidos pelos partidos para as governá-las. Vamos por partes.

 

Província de Sofala. Para esta província da região centro do país, tida como avessa ao partido no poder, a Frelimo, Noé Marrimbique (Renamo), o actual deputado da Renamo, Albano Balaude (MDM) e Lourenço Bulha (Frelimo) disputam o posto de mais alta estrutura provincial.

 

Noé Marrimbique afigura-se como o outsider do escrutínio naquela província. Vai enfrentar dois velhos conhecidos do grande público, figurando o António Balaunde na pole-position para ocupar o posto.   

 

Na província da Zambézia, outro terreno que de acordo com os resultados dos últimos pleitos eleitorais tem revelado pouca simpatia para com a Frelimo, Manuel de Araújo, actual edil de Quelimane (Renamo), Luís Boavida (MDM) e Pio Matos (Frelimo) concorrem ao cargo de governadores provinciais.

 

Nesta província, a incerteza é a palavra que, de forma fiel, pode descrever a situação no terreno. A partida, os três candidatos apresentam-se como favoritos, vislumbrando-se uma disputa, até ao último minuto, entre Luís Boavida e Manuel de Araújo.       

 

Já na província de Maputo concorrem o deputado António Muchanga (Renamo), Augusto Pelembe (MDM), chefe nacional adjunto de Informação do partido, e Júlio Parruque (Frelimo), actual governador de Cabo Delgado.

 

Pelo poder do verbo adivinha-se uma confrontação fora do comum entre os concorrentes, figurando deputado da “perdiz” o mais cotado em matéria de “gritaria”. No que respeita as probabilidades de vencer o escrutínio, Júlio Parruque e António Muchanga partem verdadeiramente destacados.       

 

Tete, Manica e Nampula são as outras províncias que podem revelar resultados surpreendentes. Para Tete, as apostas recaíram em Ricardo Tomás (Renamo), actual deputado do MDM e que luta contra um processo de perda de mandato, Carlos Morreira (MDM) e Domingos Viola (Frelimo).

 

Apesar do poder mobilizatório de Ricardo Tomás e a simpatia que o partido que o suporta granjeia nalguns distritos da província, tudo indica que o candidato da Frelimo, Domingos Viola, parte destacado para assumir o cargo. À Carlos Moreira caberá o papel de acompanhante.

 

Em Manica, Alfredo Magumisse (Renamo), actual porta-voz da Comissão Política, Arone Timóteo (MDM) e Francisca Domingas (Frelimo), actual Governadora de Niassa. Nesta província antevê-se uma disputa acirradíssima entre Alfredo Magumisse e Francisca Domingas. Caberá ao cinzento Arone Timóteo o papel de "fauna acompanhante".

 

A capital do norte, a província de Nampula, também poderá centrar atenções no escrutínio que se avizinha.  O deputado Luís Trinta Mupeia (Renamo), Mussa Abudo (MDM) e Manuel Rodriguês (Frelimo), actual governador de Manica.

 

A província de Nampula foi quase um campo difícil para o partido no poder. Para o pleito que se avizinha não será uma excepção. Luís Trinta, um deputado bem afamado na província, carrega consigo todos os holofotes, figurando como provável vencedor do pleito. Manuel Rodrigues, que apesar de actualmente dirigir a província de Manica, pouco tem dado nas vistas, não se conhecendo até aqui as suas verdadeiras valências.

 

As províncias de Gaza, Inhambane, Cabo Delgado e Niassa, embora não apresentando candidatos “sonantes”, podem ainda proporcionar algumas surpresas. Em Gaza, Mouzinho Gama (Renamo), Clara Mucavel (MDM) e Margarida Mapadzene (Frelimo) disputam o cargo de governador.

 

Nesta província, na verdade, já se conhece o vencedor. Margarida Mapandzene é, de longe, a vencedora do pleito. Mouzinho Gama e Clara Mucavel serão apenas meros espectadores.

 

Em Inhambane, Daniel Machamale (Renamo), Artur Faduco (MDM) e Daniel Chapo (Frelimo), actual governador de Inhambane, disputam o mais alto posto da província. Daniel Chapo assume-se como o principal favorito, tendo em conta os altos índices de popularidade que possui a naquela circunscrição territorial.

 

O posto de Governador Provincial em Cabo Delgado, região norte o país, é disputado por Ângela Eduardo (Renamo), (MDM) e Valigy Tawabo (Frelimo). Valigy Tawabo parte destacado para vencer o pleito, visto que a província é, maioritariamente, dominada pelo partido Frelimo.

 

Para Niassa, o deputado Hilário Waite (Renamo), Damião Simione (MDM) e Judite Massengele (Frelimo) disputam a vacatura de governador. Nesta província, a partida, não se vislumbram vencedores antecipados. Entretanto, a cabeça de lista da Frelimo parece mais cotada entre os concorrentes. (Ilódio Bata)   

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