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BCI
segunda-feira, 05 dezembro 2022 06:51

Cirurgias electivas, autópsias, exames auxiliares e actividades de saúde pública, interrompidas a partir de hoje por conta da greve dos médicos

Arrancou hoje a greve dos médicos em serviço na Administração Pública, a nível nacional, e que terá a duração de 21 dias prorrogáveis. A greve, que decorre desde as 07:00 horas, vai afectar as consultas externas, incluindo as de atendimento especial, cirurgias electivas, exames auxiliares, autópsias, actividades de saúde pública, actividades de ensino e de tutoria em todas as instituições de formação em saúde do sector público.

 

Entretanto, os médicos garantem serviços mínimos de urgência que serão feitos em escalas devidamente elaboradas.

 

"Lamentamos imenso o ponto em que chegamos, mas não estamos em condições psicológicas de continuar a prestar atendimento e os cuidados que merecem, mas vamos garantir que todo o paciente que necessitar de cuidados urgentes tenha o devido atendimento”, referiu Milton Tatia, Presidente do Conselho de Direcção da Associação Médica de Moçambique, quando falava à imprensa, na última sexta-feira, para anunciar o arranque da greve.

 

“Lamentamos ainda ter que apelar pelo sacrifício de todos, fomos forçados a enveredar por este caminho, por um Governo que se recusa a garantir recursos para a prestação de cuidados médicos adequados e se recusa a respeitar os nossos direitos, comprometendo assim a prática da Medicina em Moçambique e a preservação da saúde dos moçambicanos”, diz Tatia.

 

Mais adiante, os médicos afirmam ainda que optaram pela greve porque o Governo não está a cumprir com o prometido e, na última reunião que teve com o grupo, afirmou não ter nada a dizer sobre as reivindicações da classe.

 

“Decidimos fazer esta greve também pelo não cumprimento do estatuto do médico na Administração Pública, não cumprimento daquilo que foi acordado em sede de diálogo, a constante troca de representantes do Governo nas sessões de debate com os médicos, o que torna mais difícil a resolução do problema, existência de sessões de diálogo quando estamos prestes a realizar a greve, tudo isto nos levou a realizar esta greve”, referiu o Porta-voz da Associação Médica de Moçambique, Napoleão Viola. (Carta)

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