O ministro da Segurança da Somália, Abdullahi Mohmed Nuur, ordenou as agências de segurança do Aeroporto Internacional Aden Adde de Mogadíscio que não permitam a entrada no país do Representante especial do Presidente da Comissão da União Africana para a Somália, o moçambicano Francisco Madeira.
De acordo com um comunicado do ministério, Abdullahi Nuur também instruiu as autoridades de migração a revogar o visto de autorização de Madeira.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro da Somália, Mohamed Hussein Roble, declarou o embaixador Francisco Madeira persona non grata depois de acusá-lo de "prática de actos incompatíveis com o seu status".
Mas as suas acusações foram rejeitadas pelo presidente do país, Mohamed Abdullahi Farmaajo, e pelo presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.
O presidente Farmaajo qualificou a expulsão de uma "acção ilegal" contra Madeira, enfatizando que só o presidente tinha autoridade para expulsar um diplomata estrangeiro.
O Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, reafirmou a sua total confiança no Embaixador Madeira. Ele reiterou o compromisso contínuo da União Africana de apoiar a República Federal da Somália na busca de mecanismos para restaurar a paz, a segurança e a estabilidade duradouras.
Analistas dizem que a expulsão de Madeira equivale a mais uma disputa entre os dois principais líderes da Somália, o presidente Farmaajo e o primeiro-ministro Roble, envolvidos numa prolongada crise política.(Carta)