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sexta-feira, 15 setembro 2023 06:34

Presidente do Zimbabwe nomeia filho e sobrinho como vice-ministros: tendências de nepotismo em Africa

O Presidentae Emmerson Mnangagwa enfrenta críticas ao nomear o seu filho, David Kudakwashe Mnangagwa, como vice-ministro das Finanças no novo governo, após a sua reeleição. A decisão levantou preocupações sobre o nepotismo dentro do governo.

 

David Mnangagwa, de 34 anos de idade, será vice-ministro das Finanças, enquanto o sobrinho do presidente, Tongai Mafidhi Mnangagwa, também foi nomeado vice-ministro do Turismo. Esta medida faz parte do novo governo composto por 26 ministérios, informou a mídia local.

 

Fadzayi Mahere, legislador da oposição, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC), criticou o governo do Presidente Mnangagwa, descrevendo-o como "indefensável". Ela destacou preocupações sobre legitimidade, corrupção, violência, nepotismo, incompetência e questões éticas dentro do governo.

 

Outra medida do Presidente Mnangagwa que causou espanto prende-se com a nomeação de um casal (marido e mulher), Christopher e Monica Mutsvangwa, como ministros. Christopher Mutsvangwa vai chefiar o novo ministério dos Veteranos da Libertação, enquanto Monica Mutsvangwa será a nova ministra dos Assuntos da Mulher e das PME.

 

David Mnangagwa, que recentemente se formou em Direito pela Universidade do Zimbabwe, entrou no parlamento através do sistema de quotas para jovens na lista do partido Zanu-PF da província de Midlands. Tongai Mnangagwa é membro do Parlamento pela Zanu-PP pelo círculo eleitoral de Hunyani. O seu falecido pai, David Mnangagwa, era irmão mais novo do Presidente Mnangagwa.

 

Os relatos sugerem que o Presidente Mnangagwa também está a considerar um cargo para outro dos seus filhos, Emmerson Júnior. Fontes indicam que Emmerson Júnior já participou de reuniões do presidente com investidores estrangeiros, e há planos para formalizar a sua função, possivelmente como conselheiro ou director.

 

Esta controvérsia surge na sequência da reeleição do Presidente Mnangagwa, no meio de alegações da oposição de irregularidades eleitorais. Os críticos argumentam que as suas acções estão a contribuir para uma percepção da política dinástica em África, seguindo os passos de outros líderes que nomearam membros da família para cargos governamentais importantes.

 

No Congo-Brazzaville, o Presidente Denis Sassou-Nguesso nomeou o seu filho Denis-Christel como ministro, alimentando especulações sobre a sucessão dinástica. O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, teve o seu filho, Teodoro Nguema Obiang Mangue, como vice-presidente, enquanto no Gabão, o presidente Ali Bongo Ondimba sucedeu ao seu pai, Omar Bongo, que governou durante décadas.

 

O presidente ruandês, Paul Kagame, nomeou a sua filha, Ange Kagame, para um cargo importante no governo, aumentando a suspeita sobre dinastias políticas no continente. (News Africa)

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