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Actualizado de Segunda a Sexta

segunda-feira, 06 dezembro 2021 07:48

Portagens não vão resolver problema da precariedade das estradas em Moçambique

As portagens que estão a ser semeadas por toda a parte do país não vão resolver o problema da má qualidade das estradas em Moçambique, mas sim minimizar, sem, porém, saber-se até que nível.

 

É que, falando semana finda na Assembleia da República, em sessão de respostas do Governo aos deputados, o Ministro das Obras Públicas, Recursos Hídricos e Habitações, João Machatine, deu a entender que o valor a ser arrecadado anualmente pelas portagens é muito inferior em relação às necessidades de estabelecimento de estradas de qualidade no país.

 

O facto, porém, é que as portagens que se erguem vão facturar de cada bolso do automobilista uma quantia anual de 2 biliões de Meticais. Segundo o Ministro, essa quantidade só vai reduzir “o défice em apenas 9%. Isto é, saindo de 4 biliões de Meticais, para 6.2 biliões de Meticais contra os necessários 14.7 biliões de Meticais [para o presente quinquénio], prevalecendo ainda o défice de 8.5 biliões de Meticais”, explicou Machatine.

 

É com base nesses dados que se depreende que as portagens em construção não vão resolver o problema candente da má qualidade das estradas, senão sugar o automobilista para apenas minimizar a má qualidade de estradas, mas se tal verba aplicar-se criteriosamente.

 

As portagens são erguidas no âmbito do Programa Auto Sustentado de Manutenção de Estradas (PROASME), aprovado em Dezembro de 2020, pelo Conselho de Ministros. O Programa prevê instalar, em todo o país, numa extensão de estradas de 3.8 mil km, 26 portagens.

 

Para além das quatro que nascem na Circular de Maputo, outras portagens são erguidas em Chicumbane (para substituir a de Xai-Xai) e Chidenguele em Gaza, Nhacundela, Malova (Massinga) e Mapinhane (as duas últimas cujas obras ainda não arrancaram), na província de Inhambane. De Maputo a cidade de Vilankulo, o automobilista será obrigado a pagar em seis portagens (incluindo a da Circular).

 

O PROASME prevê também instalar portagens em Camuaza-Chenga, na província de Manica, Alto Benfica, Zambézia; Nametil, Namina e Matharya, em Nampula; Congerenge e Utukulo, Niassa, para além de Mufa, na província de Tete. (Evaristo Chilingue)

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