A economia de Moçambique deverá manter-se sem grande alteração em 2019, com a taxa de variação do Produto Interno Bruto a perder 10 pontos base relativamente a 2018 para 3,4%, segundo a Economist Intelligence Unit (EIU). O mais recente relatório sobre o país afirma que as dificuldades no acesso ao credito por parte dos produtores agrícolas continuará a impedir a capacidade de crescimento deste sector e a quebra dos preços internacionais do carvão vão representar um travão a novos investimentos na exploração mineira.
A EIU menciona igualmente como travões ao desenvolvimento do país os problemas financeiros bem como o elevado montante de pagamentos em atraso por parte do governo que “continuam a pesar fortemente no sector bancário e a minar a confiança dos investidores.” A prazo, particularmente com o início da exploração de depósitos de gás natural na bacia do Rovuma, a economia terá tendência a crescer mais rapidamente, com uma previsão de 4,5% no intervalo 2020/2022.
O relatório recorda a existência de um excesso de oferta no mercado mundial de gás natural e que os materiais para a construção das infra-estruturas necessárias para a extracção e processamento do gás natural terão de ser importados na sua quase totalidade, pelo que o impacto na economia do país será limitado. No entanto, o início da extracção de gás no campo Coral Sul, previsto para 2023, fará com que a previsão de crescimento económico nesse ano cresça já para uma taxa de 7,5%, se bem que a influência deste projecto no resto do tecido económico, através da prestação de serviços, deva vir a ser muito limitado. De entre os principais indicadores económicos a taxa de inflação deverá manter-se entre 6,1% este ano e 6,7% em 2023 e o saldo orçamental deverá aumentar de menos 8,0% em 2018 para menos 8,3% este ano, tempo de eleições, até chegar a 2023 com um valor de menos 4,1%. (Macauhub)