A Maputo Port Development Concession (MPDC), concessionária do Porto de Maputo, prevê manusear, até ao fim de 2022 corrente, pouco mais de 26 milhões de toneladas de carga diversa, contra 22.3 milhões de toneladas em 2021, um crescimento na ordem de 18%. De Janeiro a Novembro, o Porto de Maputo já tinha manuseado 24 milhões de toneladas de carga.
Os dados foram revelados esta segunda-feira (05), em Maputo, pelo Director Executivo da MPDC, Osório Lucas, no balanço das actividades referentes ao ano económico de 2022. Segundo Lucas, o crescimento do manuseio de carga se irá efectivar graças à maior procura, principalmente pela Europa, por produtos energéticos, como é o caso do carvão mineral.
Com a maior procura, a fonte sublinhou que o carvão, magnetite e ferro-crómio representarão 18 milhões de toneladas, das 26 milhões de toneladas esperadas.
Além da procura externa motivada pela crise energética na Europa devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o Director Executivo referiu que a materialização dos objectivos para este ano dever-se-á à aposta em tecnologias que melhoram a cada dia a eficiência do Porto de Maputo.
“O que vai contribuir para o alcance dessas metas é a melhoria de eficiência no Porto, as soluções tecnológicas que em parceira com as Alfândegas, gestor do Km4 e a MCnet introduzidas, bem como a melhoria nos serviços ferroviários, embora o número de comboios seja menor, a verdade é que o volume de carga ferroviária subiu em mais de 100%, isto é, de 1.2 milhões de toneladas, 2.5 milhões de toneladas”.
Desafios
Um dos grandes desafios que a MPDC vê para os próximos anos é a melhoria dos serviços ferroviários. Para tal, o Director Executivo da MPDC apontou o incremento do volume de carga transportada por parte da empresa pública, Portos e Caminhos de Ferro (CFM), bem como da congénere da África do Sul, a Transnet.
“Temos de continuar a melhorar o tempo de espera de camiões na fronteira de Ressano-Garcia, embora tenha reduzido consideravelmente e temos que melhorar cada vez mais os níveis de eficiência no próprio Porto”, afirmou Lucas.
Para o Director Executivo da MPDC, outro desafio está ligado ao espaço do Porto que será brevemente engolido, apesar de o Governo ter aprovado há um ano o aumento do espaço físico. O facto deve-se, em parte, a uma maior procura por agentes económicos sul-africanos pelos serviços do Porto para o comércio externo.
Após o Governo ter aprovado o aumento do espaço de concessão, o perímetro de operações da MPDC saiu de 140 hectares, em 2003, para os actuais 278 hectares. Como “Carta” pôde verificar no terreno, numa visita guiada, a MPDC está a levar a cabo várias obras no espaço recentemente concessionado, para receber mais carga, bem como melhorar a eficiência do Porto.
Por consequência, aquele gestor disse que “o limite físico do Porto de Maputo está quase a ser atingido. O Porto já cresceu bastante e atingiu o limite outra vez. A grande questão aqui é como manter o nível de crescimento”. Para ultrapassar esse desafio, Lucas frisou que a MPDC deverá envidar esforços para continuar a manter a relação de confiança entre o Porto e o mercado sul-africano porque “é muito difícil conquistar, mas fácil perder”. (Evaristo Chilingue)