O Centro de Saúde de Bilene-Macia está há cerca de um ano sem água. Esta é a versão dos residentes daquele distrito contactados pela “Carta”. A carência obriga os familiares dos pacientes a transportarem o preciso líquido das respectivas residências para aquela unidade sanitária, de forma a garantir a higiene pessoal dos seus entes internados. Os referidos cidadãos relatam que das vezes que quiseram obter explicações junto à direcção foram informados de que a situação de falta água se deve a uma avaria da bomba que transporta o precioso líquido até ao local.
Contactado pelo nosso jornal, Samuel Baloi, responsável pelo Centro de Saúde de Bilene-Macia, foi lesto a manifestar-se em defesa da instituição por si tutelada. “Começo por dizer que é uma informação cheia de falhas e erros de comunicação. Não estamos há um ano sem água, nem sete meses, mas apenas há dois meses com esse problema”. Baloi defendeu ainda que a culpa do que se vive naquela unidade hospitalar não deve ser “atirada às costas” daquela instituição, visto que o sistema de abastecimento não é sua propriedade.
Quando questionado sobre os familiares que dizem ser obrigados a transportar água das suas residências, garantiu que “isso não constitui verdade, porque nós temos sistemas alternativos de fornecimento de água internamente”. E porque o maior valor do Ministério da Saúde é a Vida, o nosso interlocutor disse que as autoridades distritais (que é como quem diz, as estruturas competentes) já se encontram em actividade no sentido de repor o abastecimento normal da água, com vista a garantir a higiene, saúde e vida dos utentes. (Carta)
Samora e Graça, Marcelino e Pamela, e tantos outros casais da nomenclatura frequentavam, amiúde, o Cine África. Devido à sua “presença”, ao seu historial, e até mesmo à sua localização estratégica – em plena 24 de Julho – o ex-cinema Manuel Rodrigues passou a ser literalmente a nossa “catedral das artes”, logo após a Independência Nacional. Não havia artista ou banda que viesse a Moçambique e não actuasse primeiro no “África”, para uma plateia restrita – constituída por dirigentes e altas figuras do Estado – antes de realizar o (verdadeiro) espectáculo para o grande público. Foi assim com Martinho da Vila, com Billy Forrest, com Alcione, e com tantas outras estrelas.
Também a Companhia Nacional de Canto e Dança (CNCD), o nosso grupo artístico de bandeira, teve sempre ao longo dos seus 40 anos de existência aquela como sua casa de eleição. Bailados como “Ntsay”, “Em Moçambique, o Sol Nasceu” ou “A Grande Festa” foram todos ensaiados, estreados e exibidos no Cine África durante longas temporadas. Depois vieram outros tipos de eventos, tais como o Fama Show, de onde surgiram alguns dos nomes mais sonantes da actualidade. Lourena Nhate e Nelson Nhachungue são disso exemplos: despontaram no “África”. No entanto, a grande verdade é que o Cine Teatro África está praticamente entregue à sua sorte neste momento. Encerrado para beneficiar de obras de reabilitação que se arrastam há mais dois anos – da responsabilidade do Ministério da Cultura e Turismo – o estado em que se encontra a nossa “catedral das artes” mete dó!
“Carta” visitou a infra-estrutura para se inteirar do desenrolar das ditas obras. Do lado de fora, apesar de as paredes apresentarem uma pintura renovada, o chão encontra-se alagado devido ao vazamento de uma série de condutas. É, porém, no interior do edifício que o seu estado lastimável se torna mais evidente: tudo destruído. Paredes partidas, lixo por todo o lado, piso quebrado e empoeirado. Enfim, um cenário totalmente deplorável.
A “Carta” contactou a Direcção do Cine Teatro África para obter mais pormenores sobre as obras. Mais uma decepção: foi-nos dito que a única pessoa que nos podia falar a propósito do assunto se encontra, neste momento, de férias e – pasme-se – “não pode ser perturbada, sequer por telefone”. O guarda que zela pelo edifício lá nos confidenciou que, logo após a reabilitação ter arrancado, ainda em 2016 (conforme documenta a imagem) foi interrompida por alegada falta de fundos. Disse-nos ainda que não se prevê quando os trabalhos poderão retomar. A mesma fonte explicou-nos que já várias instituições religiosas apareceram no edifício, com pretensões de o arrendar (e, por conseguinte, dar seguimento à reabilitação), porém nenhuma delas teve sucesso. E, enquanto isso, a nossa bela e emblemática “catedral das artes” vai caindo aos pedaço. (Marta Afonso)
O Fundo Nacional de Estradas suspendeu temporariamente o pagamento da portagem na ponte sobre o rio Incomáti, designadamente numa estrada terciária que liga Moamba a Sabié. A medida foi tomada depois dos protestos protagonizados pelos transportadores semi-colectivos de passageiros, na manhã da última quarta-feira, os quais paralisaram a circulação de veículos e exigiram a interrupção do desembolso do valor referente à taxa cobrada pelo uso daquela infra-estrutura.
No decurso da manifestação, os transportadores argumentaram que não fazia sentido pagar uma portagem, ao mesmo tempo que vão somando prejuízos nas suas viaturas, dado o estado avançado de degradação daquela via, o que dificulta a sua transitabilidade. Diante da pressão dos “grevistas”, o Fundo Nacional de Estradas viu-se obrigado a interromper a cobrança de portagem, cedendo, deste modo, ao desejo transportadores. (Carta)
Responsável, íntegro, idóneo e simpático é como os familiares e amigos do jornalista Amade Abubacar o caracterizam. No bairro de Changane, em Macomia, as pessoas lamentam a sua detenção e a cada dia que passa a indignação aumenta, principalmente por não acreditarem no crime que lhe é imputado agora, depois de ter sido detido ilegalmente num quartel militar a 5 de Janeiro último. Estão decorridos, portanto, 12 dias desde que ele se viu privado da liberdade.
Em entrevista à “Carta”, Ali Abubacar, irmão mais novo, suspeita que a detenção de Amade tem outras motivações, dentre elas silenciá-lo, por ser um jornalista comprometido com a verdade e nada mais. “A família está desesperada e inconsolável. Os filhos vivem momentos difíceis porque não sabem onde se encontra o pai”. Refira-se que a Procuradoria Provincial de Cabo Delgado já se dignou, finalmente, a reagir ao caso, tendo já remetido o processo (ontem) ao Tribunal Distrital de Macomia. O profissional de comunicação social é acusado de instigar publicamente ao crime, usando meios informáticos. Segundo alguns juristas, esta posição do Ministério Público visa somente branquear as reais causas da detenção de Amade Abubacar, que já foi transferido para o Comando Policial de Mueda. Sabe-se, no entanto, que nos próximos dias voltará a Macomia para responder perante um juiz.
Tido como excelente profissional e chefe de família exemplar (ele é pai de quatro filhos), Amade nasceu a 10 de Julho de 1987, no Posto Administrativo de Nambo, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado. Ali iniciou os seus estudos primários.
Na Escola Secundária e Pré-Universitária Mari-Mari General Pedro, fez o ensino secundário. Ao que nos constou, é candidato a concurso com vista ao seu ingresso no ensino superior, em que pretende seguir Relações Públicas e Marketing. Segundo filho de Abubacar Artur e Amina Anli, tem sete irmãos e é actualmente quem vela por toda a família. (Omardine Omar)
O dia do CD é uma plataforma que visa promover a música nacional e fazer com que o músico e a cultura no geral seja sustentável. Todas as semanas temos no local Beergarden CD’s de vários músicos moçambicanos (de todo estilo musical) a venda. E a cada evento vamos escolher um artista por semana para a promoção do seu disco e chamamos ao seu disco CD do Dia.
(20 de Janeiro, as 10 hrs no Beergarden)
Tânia e Nelson Chongo, filhos de Zaida e Carlos Chongo, vão subir ao palco do XIMA para um espectáculo misto. Irão misturar as suas composições com as dos seus progenitores (o casal de artistas mais querido). Espera-se que esta apresentação sirva como uma verdadeira ponte de tempos passados e recentes.
(19 de Janeiro, as 22 hrs em Maputo)
Vai acontecer em Maputo uma palestra e terá como orador Jorge Bacelar Gouveia. Notas sobre o Orador: Jorge Cláudio de Bacelar Gouveia (Lisboa, 1 de Julho de 1966) é um jurista e político português. Foi deputado na Assembleia da República de Portugal pelo PPD/PSD e foi eleito, a 23 de Março de 2013, Presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal. Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade Autónoma de Lisboa. Presidente do Conselho Científico da Nova Direito. Presidente do Instituto do Direito de Língua Portuguesa, do Instituto de Direito Público e do Instituto de Direito e Segurança. Advogado, Jurisconsulto e Árbitro internacional. Antigo Presidente do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (2004-2008). Director da ReDiP - Revista de Direito Público, da RDeS - Revista de Direito e Segurança e da ReDiLP - Revista do Direito de Língua Portuguesa. Autor de mais de 150 títulos, nacionais e estrangeiros.
(18 de Janeiro, das 09 hrs as 12 hrs no Hotel VIP Maputo )
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa vai realizar entre os dias 27 e 29 de Março próximos as suas Segundas Jornadas Técnico-Científicas, na Vila do Songo, sobre o lema: “INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE: Desafios da Manutenção nos Sistemas Electroprodutores”. As Jornadas são uma oportunidade para, uma vez mais, juntar profissionais, especialistas, académicos e cientistas para partilharem informação e conhecimento técnico-científico e, deste modo, valorizar e motivar a elevação do conhecimento em prol da inovação e sustentabilidade nas áreas das hidroeléctricas e outras fontes energéticas.
Com efeito, foram constituídos 12 painéis para apresentação em sessões plenárias a saber: Geração e Produção de Energia Eléctrica; Sistemas de Controlo e Protecções Eléctricas; Sistema de Conversão de Energia; Sistema de Transporte de Energia; Sistema de Distribuição de Energia; Planeamento e Gestão na Manutenção; Hidrologia e Hidráulica Operacional; Segurança de Barragens e Estruturas; Monitorização e Gestão Ambiental; Gestão de Conhecimento e Desenvolvimento Humano; Informática e Tecnologias de Informação e Novos Projectos e Mercado Energético A participação nestas 2as Jornadas está aberta a instituições de Ensino Superior vocacionadas, académicos (docentes e estudantes), pesquisadores, parceiros e fornecedores de bens e serviços da área de produção e transporte de energia e o público em geral.(Carta)
O Tribunal Judicial do Distrito Municipal KaMpfumo (4ª Secção Criminal) acaba de acusar os arguidos Felisberto António Manganhela (engenheiro informático), Nurbibi Ismael Lacman (contabilista), Roberto Evaristo Simbe (designer gráfico), Rosário Evaristo Simbe (comerciante), Valdemar Constantino Nhandzilo (agente da PRM) e Felício Justino Mazive (também polícia da PRM), suspeitos de terem orquestrado a um rombo de milhões no Centro de Desenvolvimento de Sistema de Informação de Finanças (CEDSIF), no passado mês de Setembro.
Os arguidos, segundo a cópia da acusação em nossa posse, urdiram um estratagema para obter proveitos económicos através de transferências para as suas contas pessoais. A “gang” subtraiu dos cofres do Estado moçambicano 2.032.000 Mts. Enquanto se espera pela data do julgamento, e de acordo com uma decisão do Tribunal, os réus Nurbbi Ismael Lacman, Felisberto António Manganhela, Valdemar Constantino Nhandzilo e Felício Justino Mazive manter-se-ão em prisão preventiva. Já os réus Roberto Evaristo Simbe, e Rosário Evaristo Simbe aguardarão os próximos passos do processo em liberdade provisória mediante o pagamento de caução em depósito bancário no valor de 120.000, 00 Meticais cada um.
“Carta” soube, entretanto, que o advogado da ré Nurbibi Lacman remeteu ao tribunal uma petição que visava a sua libertação imediata para aguardar os próximos passos dos termos processuais em liberdade. Todavia, tal petição foi rejeitada. A defesa de Lacman suspeita que haja pressões extra-judiciais para manter a sua constituinte sob prisão preventiva quando, tal como os que foram libertos provisoriamente, ela também podia beneficiar desse relaxamento da medida de coação a que está agora sujeita, a prisão preventiva. (S.R.)
Construído propositadamente para ser usado por funcionários do Banco de Moçambique, o silo de estacionamento de automóveis, situado no prédio adjacente à (recém-inaugurada) sede daquela instituição, na baixa da cidade de Maputo, até ao momento aparenta ser um “elefante branco”. Muito dinheiro foi investido naquele edifício com mais de 15 andares.
No entanto, constata-se que os bancários continuam a estacionar as suas viaturas na Av. 25 de Setembro e arredores, já para não falar nos passeios públicos, o que não deixa de causar estranheza aos automobilistas que se deslocam àquela zona da urbe e não encontram lugar para parquear os seus veículos. A pergunta óbvia que se coloca é: o que se passa com o silo? Porque é que se gastou tanto dinheiro se aquele edifício afinal não aliviou o congestionamento na baixa da cidade?
“Carta” contactou o BM, nomeadamente o seu responsável pela área de infra-estruturas, que nos informou que o silo continua encerrado porque neste momento ainda decorre o (processo do) concurso para se apurar uma empresa que será responsável por fazer o seguro do edifício em questão. Tais trâmites, em princípio, só deverão ter o seu término no final deste mês. De referir que, pese embora tenha sido oficialmente “inaugurado”, o silo do BM passou, primeiro, por um processo de licenciamento junto às autoridades municipais da cidade de Maputo, e depois, por uma vistoria do SENSAP. Esta terceira fase contempla o referido processo do seguro do imóvel. (H.L.)