O imbróglio envolve as empresas Royal Group e ETG Export e Marketing, em que a primeira conseguiu convencer a Secção Comercial e Laboral do Tribunal Judicial de Nampula a fazer arresto por meio de uma providência cautelar, de todos os bens e contas bancárias da segunda, com efeito a partir do dia 20 de Outubro.
Assim, a empresa ETG Export e Marketing não pode, desde aquela data, efectuar quaisquer actividades, incluindo o pagamento de salários dos cerca de cinco mil trabalhadores. A ETG também está a somar prejuízos em relação aos produtos armazenados que não podem ser tratados para evitar a sua deterioração devido ao arresto.
Ao remeter a providência cautelar de arresto de bens da ETG, a empresa Royal Group, que opera no ramo de comércio de produtos agrícolas desde 2017, argumenta que o seu concorrente na área de comercialização de cereais na província de Nampula fez uma denúncia às autoridades indianas, donde os maiores accionistas da ETG são naturais, para bloqueio do seu navio com 30 mil toneladas de feijão bóer e soja avaliados em 25 mil dólares, por alegada falta de certificação do produto.
O representante da Royal Group, Hassnein Taki, desapontado com a denúncia que alegadamente está a lesar o seu negócio, disse a jornalistas tratar-se de má-fé da empresa ETG, no mercado em Nampula há mais de 20 anos e que os seus accionistas querem bloquear a entrada de um grupo moçambicano no mercado indiano.
O problema arrasta-se desde Setembro findo e a Royal Group pede uma recompensa de 60 milhões de dólares, pelos danos causados.
Por sua vez, o gerente da empresa ETG, Sirikant Nayaik, diz não saber nada sobre o negócio da Royal, até porque também considera estar a ser prejudicada com o arresto do seu património, incluindo as contas bancárias, o que está a afectar igualmente os seus trabalhadores.
Na discussão do caso em processo número 52/2022, na última sexta-feira, no tribunal judicial de Nampula, em sessão reservada para audição de testemunhas, em virtude de um pedido remetido pela defesa do grupo ETG, o juiz do caso, Mohamed Kaheled, marcou a sentença para breve. (Carta)